Economia

Prévia da inflação avança 0,69% em junho, aponta IBGE

Reajustes nos planos de saúde puxaram indicador no mês. Também pesam mais no bolso a tarifa do ônibus urbano, o lanche fora de casa e os produtos farmacêuticos

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Puxado principalmente pelos reajustes no plano de saúde, o IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, avançou 0,69% em junho. O resultado indica uma aceleração em relação ao mês anterior, já que ficou 0,10 ponto percentual acima da taxa registrada em maio (0,59%). Em 12 meses, o indicador desacelerou de 12,2% para 12,0,4% no período.

Os dados são do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) e foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira.

Preço das passagens aéreas sobe 11,36%

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta em junho. O maior impacto nesta comparação veio do grupo Transportes, que subiu 0,84% e respondeu por 0,19 ponto no índice geral.

O preço das passagens aéreas subiu 11,36% em junho, seguido do seguro voluntário de veículo (4,20%) e o emplacamento e licença (1,71%). Também subiram de preço as motocicletas (1,66%), os automóveis novos (1,46%) e os automóveis usados (0,12%).

O ônibus urbano subiu 0,32% por conta do reajuste de 11,36% nas tarifas em Salvador, em vigor desde o dia primeiro de abril, mas que só foi repassado a partir de 4 de junho. Dentro da categoria de ônibus urbano, o ônibus intermunicipal subiu 1,34% e também pressionou o indicador, já que houve reajuste na casa dos dois dígitos em Belo Horizonte e Salvador.

Já quando de trata dos combustíveis, embora tenha sido registrado aumento em óleo diesel (2,83%), o etanol e a gasolina caíram 4,41% e 0,27%, respectivamente, o que contribuiu para uma desaceleração do grupo Transportes em relação ao mês de maio, quando subiu 2,05%.

Reajustes nos planos de saúde pesam no bolso

O grupo de Saúde e cuidados pessoais também foi destaque na divulgação, já que subiu 1,27% e contribuiu com 0,16 ponto no índice de junho. A alta do setor foi puxada pelos planos de saúde, que sofreram reajuste de até 15,50% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no dia 26 de maio, com vigência a partir de maio deste ano e cujo ciclo se encerra em abril de 2023. Também pesou no grupo a alta de 1,38% nos produtos farmacêuticos, que contribuíram com 0,05 ponto no índice do mês.

Já o grupo Habitação subiu 0,66%, puxado pela taxa de água e esgoto que subiu 4,29%, influenciada por uma série de reajuste de até dois dígitos aplicados em Belém, São Paulo e Curitiba. Também colaborou para a alta o preço do gás encanado que subiu 2,04%, consequência dos reajustes em Curitiba e no Rio de Janeiro.

Inflação dos alimentos desacelera

O grupo Alimentação e bebidas subiu 0,25% em junho, indicando uma desaceleração após a alta de 1,52% em maio. O resultado teve influência dos alimentos para consumo no domicílio, que saíram de 1,71% em maio para 0,08%. O leite longa vida , que havia subido 7,99% em maio, registrou alta de 3,45% em junho. Além disso, houve quedas nos preços da cenoura (-27,52%), tomate (-12,76%), batata-inglesa (-8,75%), hortaliças e verduras (-5,44%) e frutas (-2,61%).

A alta também foi menos intensa na passagem de maio para junho no segmento da alimentação fora do domicílio, saindo de 1,02% para 0,74%. O lanche teve alta de 1,1% no mês, ante 1,89% no mês anterior. Por outro lado, a refeição subiu 0,7%, resultado acima do registrado em maio (0,52%).

Inflação elevada por mais tempo

Analistas já esperam que inflação fique mais próxima de 9% em 2022, com um ciclo de alta dos juros mais duradouro. Atualmente, a taxa Selic está em 13,25% ao ano, maior patamar desde janeiro de 2017. Desde a divulgação do IPCA de abril, que mostrou uma alta de preços generalizada, economistas estimam que os juros podem ir até 14% ao ano.

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