Em discurso na reunião de ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais do G20, nesta quarta-feira 28, Fernando Haddad (PT) reforçou as propostas do Brasil para o combate à desigualdade e à pobreza.
Ele também defendeu “o financiamento efetivo do desenvolvimento sustentável, uma reforma da governança global, a tributação justa, a cooperação global para a transformação ecológica e o problema do endividamento crônico de vários países”.
Hadddad destacou que as ideias partiram do presidente Lula (PT). A participação na abertura da reunião foi virtual, porque o ministro foi diagnosticado com Covid-19.
Ele fez um resumo sobre os motivos que desencadearam a crise econômica global de 2008, ressaltando a limitação do atual modelo de globalização. Afirmou que, “ao mesmo tempo em que milhões saíram do nível da pobreza, especialmente na Ásia, houve substancial aumento da desigualdade social e de renda em diversos países”.
“Chegamos a uma situação insustentável em que o 1% mais rico detém 43% dos ativos financeiros mundiais e emite a mesma quantidade de carbono que os dois terços mais pobres da humanidade”, disse.
Haddad ainda explicou que a integração econômica global se confundiu com a liberalização de mercados, a flexibilização das leis trabalhistas, a desregulamentação financeira e a livre circulação de capitais.
“As crises econômicas resultantes causaram grandes perdas socioeconômicas, enquanto a hiper-financeirização prosseguiu em ritmo acelerado, um complexo sistema offshore foi estruturado para obter formas cada vez mais elaboradas de evasão tributária aos super ricos.”
Apesar do cenário complexo, o ministro avaliou ser possível reverter a situação com uma nova forma de globalização. “Em um mundo em que trabalho e capital são cada vez mais móveis, pobreza e desigualdade precisam ser enfrentadas como desafios globais, sob pena da ampliação das crises humanitárias e imigratórias.”
O ministro da Fazenda também disse que o Brasil está em posição de lançar uma agenda em escala global, a fim de viabilizar um mundo mais justo e uma economia mais sustentável.
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