Economia

Pimentel rebate revista que sugeriu a demissão de Mantega

Quando a “Economist” nomear ministro no Brasil, deixaremos de ser uma república, diz ministro do Desenvolvimento

Mantega anuncia novidades em programa de investimento para 2013, na quarta-feira 5. Foto: Valter Campanato/ABr
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A pressão sobre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ganhou na quinta-feira 6 uma apoiadora inusitada, a revista britânica The Economist. Conhecida por suas recomendações de voto a eleitores e leitores de diversos países, dos Estados Unidos ao Egito, a publicação foi além no caso do Brasil, e sugeriu que a presidenta Dilma Rousseff demitisse Mantega.

A Economist faz uma breve análise da economia brasileira. Segundo a revista, o Brasil não pode mais confiar na exportação de commodities e no consumo interno para continuar crescendo, e deve atacar o chamado “custo Brasil”, formado por questões como impostos e juros altos e infraestrutura precária, que aumentam o custo dos investimentos no país. A Economist lembra que o governo implantou várias medidas solicitadas pelos empresários, como a redução dos juros e a concessão dos aeroportos à iniciativa privada, mas diz que a resposta do empresariado não foi a esperada porque “o governo se intromete demais”.

A intromissão do governo na economia é, para o ponto de vista liberal da Economist, errada e prejudicial. É provável que o intervencionismo do atual governo seja estimulado pela própria presidenta Dilma Rousseff. A Economist reconhece isto, dizendo haver uma preocupação de que Dilma seja “a intrometida chefe”, mas afirma que a presidenta “insiste em se dizer pragmática”. “Se for assim, ela deve demitir Mantega, cujas previsões otimistas demais fizeram o investidor perder a confiança, e nomear uma nova equipe capaz de reconquistar a confiança do mercado”, afirma a publicação. Caso não seja capaz de fazer a economia voltar a crescer com pujança, diz a Economist, Dilma pode ameaçar sua reeleição em 2014.

Nesta sexta-feira 7, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, foi questionado sobre a reportagem e disse acreditar que a revista foi “um pouco precipitada”. “No dia em que a Economist nomear ministro no Brasil, deixaremos de ser uma república federativa”, afirmou Pimentel segundo a Agência Brasil.

Pimentel acrescentou que, em 2013, o crescimento do PIB brasileiro estará “certamente acima da média mundial”. Como mostra reportagem de CartaCapital desta semana, o Planalto está descontente com o ritmo da economia e a presidenta Dilma Rousseff ouviu de analistas que a alta de apenas 0,6% do PIB no terceiro trimestre é “uma tragédia”. Nesta semana, o governo anunciou novas medidas para tentar estimular a economia: reduziu a oneração da folha de pagamento da construção civil, renovou uma linha de crédito de 100 bilhões de reais do BNDES e anunciou novas parcerias com a iniciativa privada para renovar os portos. Resta saber o que Dilma fará se a expectativa do Planalto, expressa nas palavras de Pimentel, não for confirmada.

A pressão sobre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ganhou na quinta-feira 6 uma apoiadora inusitada, a revista britânica The Economist. Conhecida por suas recomendações de voto a eleitores e leitores de diversos países, dos Estados Unidos ao Egito, a publicação foi além no caso do Brasil, e sugeriu que a presidenta Dilma Rousseff demitisse Mantega.

A Economist faz uma breve análise da economia brasileira. Segundo a revista, o Brasil não pode mais confiar na exportação de commodities e no consumo interno para continuar crescendo, e deve atacar o chamado “custo Brasil”, formado por questões como impostos e juros altos e infraestrutura precária, que aumentam o custo dos investimentos no país. A Economist lembra que o governo implantou várias medidas solicitadas pelos empresários, como a redução dos juros e a concessão dos aeroportos à iniciativa privada, mas diz que a resposta do empresariado não foi a esperada porque “o governo se intromete demais”.

A intromissão do governo na economia é, para o ponto de vista liberal da Economist, errada e prejudicial. É provável que o intervencionismo do atual governo seja estimulado pela própria presidenta Dilma Rousseff. A Economist reconhece isto, dizendo haver uma preocupação de que Dilma seja “a intrometida chefe”, mas afirma que a presidenta “insiste em se dizer pragmática”. “Se for assim, ela deve demitir Mantega, cujas previsões otimistas demais fizeram o investidor perder a confiança, e nomear uma nova equipe capaz de reconquistar a confiança do mercado”, afirma a publicação. Caso não seja capaz de fazer a economia voltar a crescer com pujança, diz a Economist, Dilma pode ameaçar sua reeleição em 2014.

Nesta sexta-feira 7, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, foi questionado sobre a reportagem e disse acreditar que a revista foi “um pouco precipitada”. “No dia em que a Economist nomear ministro no Brasil, deixaremos de ser uma república federativa”, afirmou Pimentel segundo a Agência Brasil.

Pimentel acrescentou que, em 2013, o crescimento do PIB brasileiro estará “certamente acima da média mundial”. Como mostra reportagem de CartaCapital desta semana, o Planalto está descontente com o ritmo da economia e a presidenta Dilma Rousseff ouviu de analistas que a alta de apenas 0,6% do PIB no terceiro trimestre é “uma tragédia”. Nesta semana, o governo anunciou novas medidas para tentar estimular a economia: reduziu a oneração da folha de pagamento da construção civil, renovou uma linha de crédito de 100 bilhões de reais do BNDES e anunciou novas parcerias com a iniciativa privada para renovar os portos. Resta saber o que Dilma fará se a expectativa do Planalto, expressa nas palavras de Pimentel, não for confirmada.

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