Economia
PF apura possível desvio de dinheiro durante invasão a sistema de pagamentos do governo
O caso começou a ser investigado por especialistas em segurança cibernética da PF há cerca de duas semanas. Ainda não há detalhes sobre o montante supostamente transferido


A Polícia Federal investiga os responsáveis por uma invasão ao Sistema Integrado de Administração Financeira, o Siafi, responsável pelos pagamentos do governo federal. Há suspeitas de que recursos públicos teriam sido desviados durante o ato.
A informação, inicialmente divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, foi confirmada a CartaCapital por integrantes do Ministério da Fazenda. A investigação conta com apoio da Abin, que atua no rastreio dos suspeitos.
O caso começou a ser investigado por especialistas em segurança cibernética lotados na PF há cerca de duas semanas. Ainda não há detalhes sobre o montante supostamente transferido pelos invasores.
Após o episódio, o Tesouro Nacional, responsável pela gestão do Siafi, implementou medidas adicionais de segurança para autenticar os usuários habilitados a operar o sistema e autorizar pagamentos.
Segundo relatos feitos à reportagem, a ação só foi possível porque houve um ataque hacker ao sistema de autenticação. Com isso, dados pessoais de gestores habilitados a fazer movimentações financeiras na plataforma foram utilizados de forma indevida.
Por meio de nota, a Fazenda afirmou que o episódio não configura uma invasão, “mas sim uma utilização indevida de credenciais obtidas de modo irregular”. As tentativas de realizar operações na plataforma, informou a pasta, foram identificadas e “não causaram prejuízos à integridade do sistema”.
Por sua vez, a PF disse ter instaurado inquérito para apurar o caso, que tramita sob sigilo.
Em novembro de 2021, a PF foi acionada para investigar um ataque semelhante aos sistemas do Tesouro. Na época, a pasta chefiada por Paulo Guedes informou que a invasão aconteceu por meio de um ransomware, tipo de vírus que impede o acesso às informações armazenadas em um dispositivo.
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