Economia
Petroleiros entram em greve contra privatizações
Sindicato também condena o fechamento de unidades e os impactos à categoria, como planos de demissões e transferências em massa


Uma parcela dos empregados da Petrobrás, parte ligada à Federação Única dos Petroleiros (FUP), decidiu por uma greve de cinco dias a partir desta segunda-feira 25. Desde a manhã, os petroleiros seguem mobilizados em unidades do sistema Petrobrás denunciando o que chamam de desmonte da empresa.
A FUP condena as privatizações e o fechamento de unidades e os impactos à categoria, como planos de demissões e transferências em massa sem negociação prévia. A redução dos quadros efetivos, aponta a federação, vem aumentando o risco de acidentes, bem como o assédio por parte dos gestores, cujas metas para pagamento de bônus e concessão de vantagens incentivam o descumprimento de normas de saúde e segurança, o que viola o acordo pactuado com os trabalhadores.
Outro ponto crítico para a FUP é que, com a privatização, a sociedade acaba pagando preços exorbitantes da gasolina, diesel e gás de cozinha, valores que vão disparar ainda mais com a venda de oito refinarias, responsáveis por metade de toda a produção de derivados de petróleo no país.
Devido a falta de revezamento de turnos, algumas unidades da refinaria Rlam, instalada na Bahia, podem parar entre a noite desta segunda e terça-feira. Segundo a FUP, a greve que prossegue até a sexta-feira 29, não comprometerá as necessidades essenciais da população, pois não afeta o abastecimento de combustíveis.
Na sexta-feira, 22, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) acatou liminar da Petrobrás e estipulou em R$ 2 milhões a multa por dia de paralisação, sob o argumento de que o sindicato indicou a greve a 18 dias do acordo coletivo. A FUP, no entanto, rebate e diz que apresenta suas reivindicações há anos à empresa sem que tenha qualquer retorno.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.