Economia

Petroleiros elogiam aval do Ibama à Petrobras na Margem Equatorial

Contrariando ambientalistas, entidades argumentam que a exploração não constitui um obstáculo à transição energética

Petroleiros elogiam aval do Ibama à Petrobras na Margem Equatorial
Petroleiros elogiam aval do Ibama à Petrobras na Margem Equatorial
Operação. A ANP diz que os blocos estão a 398 quilômetros da costa e não há risco – Imagem: André Ribeiro/Agência Petrobras
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A Federação Única dos Petroleiros e o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis celebraram, nesta segunda-feira 20, a licença concedida pelo Ibama à Petrobras para perfuração na Margem Equatorial.

As entidades consideram o aval um passo para a soberania energética nacional.

“É uma conquista importante para a Petrobras e para o País”, avalia o Ineep. “Conhecer o potencial energético dessa região é fundamental para garantir a segurança energética nacional futura, sobretudo diante da previsão de declínio da produção do pre-sal a partir de 2030.”

A licença obtida pela Petrobras permite a perfuração de um poço em águas ultraprofundas, situado a cerca de 175 quilômetros da costa do Amapá e a 500 quilômetros da Foz do Rio Amazonas.

Para Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, a produção de petróleo a partir da exploração da reserva poderá significar um grande avanço no desenvolvimento econômico. Ele defendeu, porém, que esse processo leve em conta aspectos sociais e de sustentabilidade.

“A riqueza gerada pela região precisa ajudar na proteção da floresta amazônica, da mata atlântica, da caatinga, projetos de fato socioambientais, que sejam feitos em parceria e diálogo com as comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas”, sustentou Bacelar.

Contrariando ambientalistas, críticos ao licenciamento, as entidades também alegam que a atividade exploratória não constitui um obstáculo à transição energética.

A obtenção da licença foi comemorada pelo presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP). Em nota, ele afirmou que a decisão marca “um passo histórico para o desenvolvimento” do Brasil, do seu estado e da região Norte.

Por outro lado, organizações de defesa do meio ambiente repudiaram a autorização. Para Mariana Andrade, coordenadora da frente de Oceanos do Greenpeace Brasil, o País “se veste de verde no palco internacional, mas se mancha de óleo na própria casa”. 

Em nota, a Petrobras informou que preenche todos os requisitos estabelecidos pelo Ibama. “Vamos operar na Margem Equatorial com segurança, responsabilidade e qualidade técnica”, disse a presidenta da companhia, Magda Chambriard.

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