Economia

Petrobras tem lucro líquido de R$ 124,6 bilhões em 2023

Balanço foi divulgado na noite desta quinta-feira

O pré-sal é mais um caso de sucesso, mas não conseguiu mudar a cara da indústria nacional – Imagem: Agência Petrobras
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A Petrobras registrou um lucro líquido de 124,6 bilhões de reais em 2023. O montante, de acordo com o balanço divulgado na noite desta quinta-feira 7 pela estatal, é o segundo mais alto na história da empresa. No quarto trimestre, a companhia lucrou 31 bilhões de reais.

O volume do ano, apesar de ser o segundo melhor na história da companhia, é 33,8% menor do que o atingido em 2022, quando somou 188,3 bilhões de reais.

A queda, vale dizer, já era prevista diante do forte recuo no preço do petróleo bruto (18%) após o auge da guerra entre Rússia e Ucrânia. A redução também ficou no mesmo patamar de outras companhias internacionais, como Shell, que reduziu o lucro líquido em 36%, e a ExxonMobil, que teve queda de 35%. Chevron e TotalEnergies também variaram na casa dos 30% de redução pelo mesmo motivo.

O informe revelado pela companhia brasileira ainda tem outros dois destaques positivos: o segundo maior Ebitda da história (262,2 bilhões de reais) e o segundo maior fluxo de caixa operacional (215,7 bilhões de reais).

De acordo com a Petrobras, “os resultados foram sustentados pelos recordes operacionais ao longo do ano passado e pela bem-sucedida estratégia comercial para diesel e gasolina.”

Jean Paul Prates, presidente da companhia, classificou, em nota, o cenário como desafiador e listou outras três ações adotadas na sua gestão como responsáveis pelo resultado.

“Aumentamos os investimentos, reduzimos a dívida financeira e colocamos em operação quatro novas plataformas neste primeiro ano de gestão. Tudo isso com menor intensidade de emissões e mais eficiência. Por isso, celebramos as conquistas de 2023”, escreveu o presidente da estatal.

Sobre os investimentos citados, a Petrobras informa o montante de 12,7 bilhões de dólares, o que representa um aumento de 29% em comparação com o ano anterior. Segundo a companhia, a previsão é de que até 2028 o volume investido possa gerar 280 mil empregos diretos e indiretos.

Já a redução da dívida financeira, também mencionada por Prates, foi de 1,2 bilhão de dólares.

“A dívida bruta permanece controlada, no patamar de US$ 62,6 bilhões, mesmo após o aumento de US$ 10 bilhões referentes a arrendamentos, incluindo US$ 8,7 bilhões relativos ao afretamento das quatro novas plataformas de produção que iniciaram a produção em 2023”, informa a empresa no comunicado de divulgação do balanço.

A estatal confirmou, ainda, os recordes operacionais de 2023:  “A produção total própria no pré-sal chegou a 2,17 milhões de barris de óleo equivalente, 10% acima do registrado no ano anterior. Com isso, o pré-sal já representa 78% da produção total da companhia.”

O processamento de óleos do pré-sal subiu de forma mais contida, 3% na comparação com o ano anterior. A produção de diesel S-10, por sua vez, foi de 428 mil barris por dia e as vendas diárias somam 463 mil. O refino, por fim, foi ampliado em 4%, chegando a operar em 92% de capacidade.

“O ano de 2023 foi marcado também por recordes de eficiência em carbono tanto no Refino quanto no E&P, o que permitiu a redução de 1,8 milhão de toneladas de CO2e nas emissões absolutas de 2023 em relação a 2022”, destaca a Petrobras sobre a produção no ano.

Lucro para os acionistas

Para além dos resultados gerais, a Petrobras informou nesta sexta-feira que a recomendação é distribuir 14,2 bilhões de reais de dividendos referentes ao quarto trimestre do ano passado. Não há previsão para dividendos extraordinários.

Essa recomendação, informa a empresa, foi feita pelo Conselho de Administração e será enviada para avaliação da Assembleia-Geral Ordinária, que deve se reunir no dia 25 de abril.

Caso a proposta da empresa seja aprovada, os dividendos totais de 2023 distribuídos ficarão na casa dos 72,4 bilhões de reais. O mercado previa 90 bilhões. A diferença entre os valores, segundo a empresa, se dá pela nova política de remuneração, aprovada em julho do ano passado.

“A distribuição proposta está alinhada à Política de Remuneração aos Acionistas (Política), aprovada em 28/07/2023, que prevê que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor (atualmente US$ 65 bilhões), a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre”, explica a companhia em nota.

“A aprovação do dividendo é compatível com a sustentabilidade financeira da Companhia e está alinhada ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural”, completa a Petrobras.

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