Economia

Petrobrás começa a entender seu papel no abastecimento do País, diz FUP

Na sexta-feira 5, a petroleira admitiu que os reajustes nos preços dos combustíveis podem demorar um ano para acontecer

Centro de Distribuição da Petrobras no SIA, Terminal Terrestre de Brasília, onde se armazena e distribui produtos da companhia para os postos de combustíveis do Distrito Federal.
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O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, comentou sobre o anúncio da  Petrobrás de ter alterado, no primeiro semestre do ano passado, o prazo limite de reajuste dos combustíveis para um ano.

 

“Finalmente, a atual gestão da Petrobrás parece que compreendeu um dos principais papéis dessa grande empresa pública brasileira, que é garantir o abastecimento do mercado nacional a preços justos para a população brasileira”, declarou.

“A atual gestão entende sim que é possível manter os preços domésticos alinhados com os preços internacionais, mas sem penalizar o brasileiro e a brasileira com reajustes diários dos preços dos derivados de petróleo”, acrescentou.

O coordenador atrelou o cenário à mobilização realizada por petroleiros e caminhoneiros no dia 1 de fevereiro e apontou a “total incompetência” do governo federal em resolver o problema.

Na sexta-feira 5, o presidente Jair Bolsonaro  declarou que não controlará o preço dos combustíveis. Após fazer reunião com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e ministros, para debater formas de amenizar o valor, a sugestão do Executivo  foi a de alterar a cobrança de impostos, como o ICMS, que compõem o preço final do diesel.

A medida foi contestada por federações ligadas ao transporte e aos petroleiros. Desde 2016, o Brasil segue o Preço de Paridade Internacional, formado por cotações internacionais, somadas aos custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias.

“Nós sabemos muito bem que quem é mais prejudicado com tudo isso é o brasileiro, a brasileira, que paga muito caro pela gasolina, pelo diesel, e principalmente pelo gás de cozinha, que já sofreu uma série de reajustes e já passa de 100 reais em alguns estados”, apontou Bacelar.

O coordenador destacou que países produtores de petróleo e gás e detentores de empresas públicas estatais não repassam o preço dos derivados, mesmo tendo alinhamento com o mercado internacional. “O Brasil vai na contramão disso”, destacou ao denunciar os prejuízos trazidos com o PPI, anunciado em 2016 pelo então presidente Michel Temer.

À época, ele dizia que alinhar o preço brasileiro ao mercado internacional poderia resultar na baixa do preço dos combustíveis. A política contraria a orientação adotada nas gestões petistas, que não obedeciam às oscilações do exterior.

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