Economia

Para o Santander, Brasil volta a crescer em 2016

Presidenta e executivos do maior banco da zona do euro preveem retomada de 0,5% em 2016, otimismo compartilhado por analista do Banco Mundial

Ana Botín, presidenta do grupo Santander: “é preciso ver o copo meio cheio”
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No horizonte desenhado pelo maior banco da zona do euro, o Santander, a recuperação da economia brasileira começará ano que vem: após recuo de 1% em 2015, o banco prevê retomada de 0,5% em 2016, seguidos por outros 2% em 2017. As previsões foram feitas por Alejandra Kindelán, diretora do Serviço de Estudos Econômicos e Public Policy do Santander durante o XIV Encontro de Jornalista da América Latina promovido pelo grupo em Madri, na Espanha.

Otimista com a economia mundial como um todo, Alejandra prevê um crescimento de 3,75% para os mercados globais entre 2016 e 2018. “As previsões têm sido cada vez menores, prevemos uma recuperação modesta e com altos e baixos por conta da redução do crescimento potencial e pelo legado da crise, que será prolongado”, justifica.

“O importante, no caso do Brasil, é que já estamos vendo uma mudança nas políticas ortodoxas nas partes monetárias e fiscais. Mas os resultados não virão a curto prazo. A verdade é que se estão assentando as bases para um crescimento que começará a acontecer em 2016”, calcula a executiva.

O resultado, acredita ela, depende de alguma melhoria no cenário mundial e de ajustes para gerar maior confiança na economia brasileira, importante para a entrada de capitais. “É uma recuperação menos intensa do que o esperado, já que houve redução do crescimento potencial”, explica a economista, que distancia o risco de o País ter sua nota rebaixada pelas agências de classificação de risco.

“Não se trata de uma desaceleração estrutural, já que muitos países se prepararam para fazer mudanças. É uma baixa que antecede um momento de melhorias”, prevê.

Na mesma toada, a presidente do grupo Santander, Ana Botín, afirma que “é preciso ver o copo meio cheio”, e lista avanços que a América Latina registrou nos últimos dez anos. “Há países que atravessam uma conjuntura complicada, países com muitas pessoas pobres, algo que temos de corrigir. Mas o mais importante é o desenvolvimento institucional, e tivemos avanços nesse âmbito. Isso, para mim, é a base do progresso.”

É natural que essa percepção não seja a mesma que se tem dentro desses países, avalia Jorge Familiar, vice-presidente para América Latina e Caribe do Banco Mundial. “Daqui de fora, vemos que a situação talvez melhor, mas a sensação da população é diferente, talvez porque, com os avanços recentes, as expectativas das pessoas sejam maiores. Mas, quando os fatores externos não são favoráveis, os resultados não vêm tão rápido, causando insatisfação.”

Com o conselho de que se invista em estratégias internas de crescimento, a despeito do contexto adverso, Jorge conclui que não há na economia de hoje as condições que permitiram o que chama de “época dourada” da América Latina. Avanços conquistados, sob sua ótica, pelas reformas feitas pelos países, que hoje entendem que o bom manejo da economia é uma condição necessária para o desenvolvimento. “Temos instituições e sistemas financeiros mais sólidos agora”, diz.“E a boa notícia é que, se a região conseguiu criar aquele bom momento uma vez, pode voltar a fazê-lo.”

Nesse contexto, congratula as iniciativas de governos locais, como o brasileiro. “O que vejo é prudência. Governantes tendo cuidado com os gastos públicos e focando em atividades que irão agregar valor, crescimento e promoção social. Mas é necessário investir em infraestrutura, portos, aeroportos…”, lista.

 

*A repórter viajou a convite do Santander.

 

 

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