Economia

Oferta de escritórios em São Paulo nunca foi tão pequena

Segundo consultoria, a demanda segue em crescimento, mas a cidade não tem estoques de novos empreendimentos

Oferta de escritórios em São Paulo nunca foi tão pequena
Oferta de escritórios em São Paulo nunca foi tão pequena
Av. Paulista teve seu boom no mercado imobiliário de escritórios a partir dos anos 1960. Hoje é a 5º região mais valorizada de São Paulo. Crédito: Associação Paulista Viva
Apoie Siga-nos no

A taxa de vacância em São Paulo fechou mais um ano em queda em 2011. A tendência é observada nos últimos dois anos, segundo a consultoria Colliers International Brasil. A taxa calcula a porcentagem de imóveis desocupados na cidade.

Com queda de 2,3% nos últimos meses, a taxa de locais vagos na cidade é de 0,5%, a mais baixa já registrada. Sandra Ralston, vice-presidente da Colliers, aponta para a falta de estoque de imóveis no mercado, reflexo da crise de 2008, quando os empreendimentos ficaram congelados e poucas construtoras estava disposta a erguer novos prédios.

“Com o fenômeno de 2008, muitos empreendimentos foram postergados”, diz ela.

Em São Paulo, explica, uma construção demora entre dois e quatro anos para ser finalizada, contando o tempo de aprovação do projeto.

Assim, edifícios iniciados depois da recuperação econômica estão começando agora a entrar no mercado.

A tendência para os próximos anos é que todo estoque que está por ser lançado seja absorvido e que a taxa de vacância 0,5% seja mantida na maior cidade do País.

O fenômeno é explicado também pelo crescimento da demanda a partir de 2008. “O mercado de São Paulo é pequeno, começou seu desenvolvimento há dez anos”, diz ela.

Há pouca oferta, sobretudo de empreendimentos para escritórios de alto padrão. “Não há na cidade espaços corporativos contíguos, para as classes A e A+”.

Faria Lima, o metro mais caro

A região da Avenida Faria Lima, por reunir escritórios premium, tem o valor mais caro do metro quadrado, de 175,5 reais. Segundo Ralston, a valorização é decorrência do tipo de empresa que tradicionalmente se instalou na região, geralmente ligadas ao mercado financeiro.

“São empresas que precisam de visibilidade e, por isso, ficam em lugares sofisticados”, diz.

A Avenida Paulista, o coração financeiro da cidade, é a quinta área mais cara, com 108 reais por metro quadrado. Itaim, Marginal Pinheiros e Vila Olímpia ocupam a segunda, terceira e quarta posição, respectivamente.

Comparado com outras cidades do mundo, São Paulo tem uma das menores taxas de vacância. Hong Kong, por exemplo, tem 3,7%. Na América Latina, as taxas chegam a 4,8% em Bogotá, na Colômbia, e 3,2% em Lima (Peru), 3,2%.

Nesse cenário, regiões periféricas como Alphaville, zona de alto padrão nos arredores da capital paulista, passam a ser o novo foco para quem procura um espaço. Nessa região, a taxa de vacância é de 25%. Porém, incentivos, como a um ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) bem menor do que na capital do estado, atraem o interesse das empresas.

“O mercado cria alternativas. Lá, você tem um estoque de empreedimentos de alto estilo por 60 reais o metro quadrado”, diz Sandra.

É um processo natural da cidade, que lança regiões comerciais periodicamente.

Nas décadas de 1950 e 1960, os empreendimentos abandonaram o centro da cidade e se instalaram predominantemente na Paulista, com prédios ícones, como o da Fiesp. Nos anos 70, empresas estrangeiras migraram para a região sul, na Chácara Santo Antônio, quando começaram os primeiros empreendimentos classe A em São Paulo.

Em 1985, foi construído o edifício World Trade Center, na Marginal Pinheiros, uma versão adaptada e menor das torres gêmeas americanas. A Faria Lima, hoje a mais luxuosa, só começou a se desenvolver na década de 90, segundo Ralston.

Em relação à crise internacional, a consultora é otimista. O desquecimento lá fora vai aumentar ainda mais a procura por espaços aqui dentro.

“Assistimos a um maior índice de aporte de investimentos. EUA, Europa e China investem pesado aqui. O Brasil passou a ser o foco”, afirma.

“O investidor busca colocar seu dinheiro onde tem maior a rentabilidade associada ao risco. Nós estamos conseguindo diminuir risco no Brasil.”

A taxa de vacância em São Paulo fechou mais um ano em queda em 2011. A tendência é observada nos últimos dois anos, segundo a consultoria Colliers International Brasil. A taxa calcula a porcentagem de imóveis desocupados na cidade.

Com queda de 2,3% nos últimos meses, a taxa de locais vagos na cidade é de 0,5%, a mais baixa já registrada. Sandra Ralston, vice-presidente da Colliers, aponta para a falta de estoque de imóveis no mercado, reflexo da crise de 2008, quando os empreendimentos ficaram congelados e poucas construtoras estava disposta a erguer novos prédios.

“Com o fenômeno de 2008, muitos empreendimentos foram postergados”, diz ela.

Em São Paulo, explica, uma construção demora entre dois e quatro anos para ser finalizada, contando o tempo de aprovação do projeto.

Assim, edifícios iniciados depois da recuperação econômica estão começando agora a entrar no mercado.

A tendência para os próximos anos é que todo estoque que está por ser lançado seja absorvido e que a taxa de vacância 0,5% seja mantida na maior cidade do País.

O fenômeno é explicado também pelo crescimento da demanda a partir de 2008. “O mercado de São Paulo é pequeno, começou seu desenvolvimento há dez anos”, diz ela.

Há pouca oferta, sobretudo de empreendimentos para escritórios de alto padrão. “Não há na cidade espaços corporativos contíguos, para as classes A e A+”.

Faria Lima, o metro mais caro

A região da Avenida Faria Lima, por reunir escritórios premium, tem o valor mais caro do metro quadrado, de 175,5 reais. Segundo Ralston, a valorização é decorrência do tipo de empresa que tradicionalmente se instalou na região, geralmente ligadas ao mercado financeiro.

“São empresas que precisam de visibilidade e, por isso, ficam em lugares sofisticados”, diz.

A Avenida Paulista, o coração financeiro da cidade, é a quinta área mais cara, com 108 reais por metro quadrado. Itaim, Marginal Pinheiros e Vila Olímpia ocupam a segunda, terceira e quarta posição, respectivamente.

Comparado com outras cidades do mundo, São Paulo tem uma das menores taxas de vacância. Hong Kong, por exemplo, tem 3,7%. Na América Latina, as taxas chegam a 4,8% em Bogotá, na Colômbia, e 3,2% em Lima (Peru), 3,2%.

Nesse cenário, regiões periféricas como Alphaville, zona de alto padrão nos arredores da capital paulista, passam a ser o novo foco para quem procura um espaço. Nessa região, a taxa de vacância é de 25%. Porém, incentivos, como a um ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) bem menor do que na capital do estado, atraem o interesse das empresas.

“O mercado cria alternativas. Lá, você tem um estoque de empreedimentos de alto estilo por 60 reais o metro quadrado”, diz Sandra.

É um processo natural da cidade, que lança regiões comerciais periodicamente.

Nas décadas de 1950 e 1960, os empreendimentos abandonaram o centro da cidade e se instalaram predominantemente na Paulista, com prédios ícones, como o da Fiesp. Nos anos 70, empresas estrangeiras migraram para a região sul, na Chácara Santo Antônio, quando começaram os primeiros empreendimentos classe A em São Paulo.

Em 1985, foi construído o edifício World Trade Center, na Marginal Pinheiros, uma versão adaptada e menor das torres gêmeas americanas. A Faria Lima, hoje a mais luxuosa, só começou a se desenvolver na década de 90, segundo Ralston.

Em relação à crise internacional, a consultora é otimista. O desquecimento lá fora vai aumentar ainda mais a procura por espaços aqui dentro.

“Assistimos a um maior índice de aporte de investimentos. EUA, Europa e China investem pesado aqui. O Brasil passou a ser o foco”, afirma.

“O investidor busca colocar seu dinheiro onde tem maior a rentabilidade associada ao risco. Nós estamos conseguindo diminuir risco no Brasil.”

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo