Em meio à tempestade de bombas orçamentárias do governo Bolsonaro, com setores inteiros do Estado arrasados e sem dinheiro nem para pagar as despesas de dezembro, chamam atenção os dividendos exuberantes da Petrobras, estimados em 180 bilhões de reais, pagos neste ano aos acionistas, a maior parte deles estrangeiros, que negociam na Bolsa de Nova York. A cifra representa metade do valor de mercado da companhia, segundo analistas. Uma aberração que era, porém, o objetivo da grande transformação operada pelos governos Temer e Bolsonaro.
Eles sempre tiveram em mente a conversão de uma empresa que buscava a autossuficiência do País em derivados do petróleo em uma mera caixa registradora de distribuição de lucros do Pré-sal aos investidores. O desmonte da estrutura de refino e distribuição, realizado para atingir aquela meta, teve como um dos resultados a inviabilização de qualquer política de preços de combustíveis a não ser a da sua dolarização. Acrescente-se que, além de ter sido desmantelada em benefício de poucos, a Petrobras quase não investiu em energias renováveis, na contramão da estratégia perseguida pelas maiores empresas do setor no resto do mundo.
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