Economia

assine e leia

O escudo do dragão

Para se proteger de possíveis retaliações dos EUA, Pequim troca dólares por euros e ienes

O escudo do dragão
O escudo do dragão
Imagem: Redes sociais
Apoie Siga-nos no

Pela primeira vez desde 2010, as aplicações da China em títulos do Tesouro dos EUA (os treasuries) caíram abaixo de 1 trilhão de dólares, expressando o receio de Pequim com o risco de sanções como as impostas à Rússia pela invasão da Ucrânia. No final de maio, o saldo ficou em 980,7 bilhões de dólares, 22,6 bilhões a menos do que em abril, encolhendo 9% em seis meses, revelam dados do Departamento do Tesouro dos EUA.

A Agência Nikkei informa que o Ministério das Finanças da China e o Banco Popular da China se reuniram em 22 de abril com executivos de bancos nacionais e estrangeiros para discutir como proteger ativos no exterior no caso de sanções lideradas pelos EUA em represália a um ataque a Formosa. A China já foi a maior detentora de treasuries do mundo, mas começou a reduzir sua posição em 2018, por causa da guerra comercial de Donald Trump, ficando atrás do Japão, em junho de 2019.

Cerca de 60% das reservas em moeda estrangeira da China estavam em dólares, desde 2016. A posição em ouro não mudou muito desde setembro de 2019, sugerindo que Pequim pode estar substituindo treasuries por iene e euro, como um representante do governo sugeriu no encontro com executivos, diz a Nikkei.

Imagem: Osklen USA


FARIA LIMERS EM AÇÃO

Imagem: Corbe Toys

“Coloque seu coletinho da ‘PX’, encha seu copo da moda de trezentos conto de ‘breja’ e desbloqueie seu patinete elétrico no aplicativo para entrar nesse grande meme que é o Faria Limer”. Assim a Corbe Toys descreve o boneco inspirado no estereótipo dos ­habitués da Avenida Faria Lima, centro ­financeiro da capital paulista. O produto está na fase de pré-venda, por 130 reais, e começará a ser enviado em novembro. Segundo o dono da Corbe Toys, Luís Ricardo Aizcorbe, já foram vendidos 130 faria limers. Na prancheta, outras figuras do imaginário paulistano, como o Santa Cecilier, jovem com viés à esquerda, e o Crossfiteiro.


PESSIMISMO

Caiu 5 pontos porcentuais o otimismo dos empresários brasileiros com a economia, para 57%, revela pesquisa da consultoria internacional Grant Thornton. Realizado em 28 países com mais de 4,6 mil empresários, o estudo semestral International ­Business Report mostrou queda do otimismo quanto à recuperação da economia em vários países nos próximos 12 meses. Os otimistas apareceram em menos da metade dos países pesquisados, tendo à frente o Vietnã, com 88%, seguido pela Austrália (83%) e pelos EUA (81%). Na América Latina foram registrados 55%, abaixo do índice global, de 64%.


MAIS DÍVIDA

O Índice de Empréstimo ­FinanZero (IFE) de junho, que analisou 12,2 milhões de cadastros na base de usuários da fintech, mostrou alta de 34% nos pedidos de crédito pessoal nos últimos 12 meses, com a principal finalidade de quitar dívidas (33%). Em segundo lugar, apareceu a razão “negócio próprio”, que chegou a 17% das solicitações registradas na plataforma da fintech. O número está relacionado ao expressivo crescimento do empreendedorismo por necessidade, em que os trabalhadores optam pela chamada “pejotização” como alternativa à falta de emprego.


SOB NOVA DIREÇÃO

A Volkswagen informou que o CEO global Herbert Diess será substituído no cargo e no Conselho de Administração por Oliver Blume, CEO da Porsche. Diess assumiu o posto em 2018 no escândalo da fraude nas emissões de diesel da montadora, com um estilo de gestão ácido que o fez bater de frente com o poderoso conselho de trabalhadores da montadora, ao afirmar que 30 mil postos seriam cortados, se a Volks não acelerasse a mudança para o carro elétrico (EV). Mas sua própria condução da mudança decepcionou: houve problemas com o software dos EVs e ele não atingiu as metas de vendas deste ano dos novos veículos na China.

PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1219 DE CARTACAPITAL, EM 3 DE AGOSTO DE 2022.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “O escudo do dragão”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo