Economia

O dólar segue lenta desvalorização

O apetite por ações brasileiras ‘baratas’ seria o principal motor da entrada da moeda norte-americana no País

Foto: Arquivo/Agência Brasil
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O dólar engrenou uma queda lenta e gradual de 5,68 reais no começo de janeiro para 5,08 no início da semana (-10,7%), sem que nada tenha mudado substancialmente no País. Tanto que, observa Fernanda Consorte, economista do Banco Ourinvest, o exportador não tem internalizado o dólar das exportações. “Quando a gente olha os movimentos de fluxo, a sensação que dá é de que o dólar do exportador fica lá fora, por isso acho que essa taxa de 5,08 não significa um Brasil melhor. É pontual”, diz. O apetite por ações brasileiras “baratas” seria o principal motor da entrada da moeda norte-americana no País. No acumulado do ano, até o dia 18, o aporte estrangeiro na Bolsa chegou a 55,80 bilhões de reais, informa a B3. Além disso, a taxa básica de juros, a Selic, destaca-se como uma das mais altas do planeta, descontada a inflação. “Juros reais positivos são o nosso melhor produto de exportação, melhor do que minério de ferro, que atraem o investidor estrangeiro”, ironiza ­Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos. ­Patrícia Krause, economista-chefe ­Latin America da Coface, adverte que o movimento não deve durar, até porque, conforme entra capital, os ativos vão perdendo valor. E ainda pesam as incertezas do campo fiscal e a volatilidade inerente às eleições.

Fonte: BCB, elaboração Banco Ourinvest

Imagem: Masao Goto Filho


CREDIT SUISSE

Imagem: iStockphoto

Vazamento de dados do Credit Suisse, obtido por um consórcio internacional de imprensa, revelou detalhes de mais de 18 mil clientes, entre eles criminosos, ditadores e traficantes. O banco negou tudo, e o BC suíço anunciou estar atento ao caso. Ex-funcionários contaram que ignorar contas “tóxicas” fazia parte da cultura corporativa e quem fechasse contas problemáticas, especialmente aquelas com mais de 20 milhões de dólares, seria punido.


LOGÍSTICA

Imagem: Alex Rocha/GOVRS

A casa de análise Levante Ideias de Investimento prevê “forte aquecimento” do setor de logística e infraestrutura em 2022, com nove licitações programadas e estimados 80 bilhões de ­reais em investimentos, mais 12 bilhões de reais de projetos privados, destacando-se o Grupo AB Concessões, sócio do Grupo Bertin e da italiana Atlantia, o fundo árabe Mubadala e o Grupo CCR.


B3 NO MUNDO

A B3 começou, na segunda-feira 21, a negociar 16 novos Brazilian Depositary Recipts (BDRs – recibos de ações de empresas estrangeiras), listados em Londres, Toronto e Amsterdã, entre eles a cervejaria Heineken, a dona da bolsa londrina, London Stock Exchange, a empresa de comunicação Thomson Reuters e as mineradoras Anglo American e Glencore. Agora, são 827 BDRs na B3.


ATAQUE À AMERICANAS

Os sites Americanas e Submarino saíram do ar na madrugada do sábado 19, após um “acesso não autorizado”, segundo nota oficial da Americanas S/A, cujas ações caíram 6,55% na segunda-feira, para 31,51 reais. Estima-se que as perdas montem a 100 milhões de reais por dia. A empresa não admitiu ter sofrido ataque ­hacker, como reivindicou um grupo chamado Lapsus. Casas Bahia, controlada pela Via, fez piada com a situação da concorrente, anunciando promoção com a frase “Caiu aí?”, logo retirada de circulação.

PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1197 DE CARTACAPITAL, EM 2 DE MARÇO DE 2022.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “Dólar ladeira abaixo”

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