Economia

O cenário tranquilo para 2012

A inflação ainda está elevada, mas está claramente desacelerando, proporcionando maiores graus de liberdade na política monetária

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No Ministério da Fazenda há a agenda comum com o Banco Central de redução do “spread” bancário (diferença entre taxas de captação e de aplicação dos bancos comerciais).

Ainda não existe um pacote definido de medidas, mas a agenda foi retomada. O “spread” é resultado da taxa de inadimplência do banco, mais impostos, mais margem de lucros dos bancos e também da política monetária (definição do nível do compulsório, isto é a parcela dos depósitos bancários recolhidos ao BC, e a taxa Selic).

Pelas análises iniciais, constata-se que não dará para reduzir impostos. Tem-se reduzido o compulsório e flexibilizado a taxa de juros. A margem dos bancos depende da competição. Sobra a inadimplência a ser atacada, através de uma série de medidas destinadas a melhorar as estatísticas do sistema e aprimorar as análises de crédito.


Essa retomada dos estudos microeconômicos se deve à relativa folga proporcionada pela economia mundial.


Nos Estados Unidos, foi prorrogado o programa de desoneração fiscal de Obama e o seguro desemprego. Mudou a perspectiva da economia e poderá nem ocorrer desaceleração do PIB norte-americano.


A União Europeia continua preso a soluções com tempo de validade, como é o caso da Grécia. O lado positivo é o fato do Banco Central Europeu estar injetando mais liquidez na economia reduzindo o risco de crise financeira. Mas falta crescimento para poder fugir da armadilha da crise fiscal.


A China experimentará uma desaceleração modesta, de 9,5% para 8,5% de crescimento.


O fato novo são as tensões


No caso brasileiro, estima-se um crescimento ao longo do ano. No final do ano, a economia poderia estar crescendo a um ritmo anualizado de 5 a 6% ao ano – projeção mais otimista que a do Banco Central. A discussão é apenas sobre o ritmo de aceleração, já que se aceita que haverá


A discussão é sobre o ritmo de aceleração.


Os recentes cortes de R$ 50 bilhões no orçamento, a rigor, não deverão interferir no ritmo da atividade econômica. Na verdade são cortes em relação ao que foi orçado pelo Congresso. Se se comparar o novo orçamento com o do ano passado, se verá crescimento. O que ocorreu foi muito mais um corte na expectativa negativa de crescimento de despesas.


Além disso, o contingenciamento orçamentário preservou os investimentos públicos. E visou exclusivamente manter os compromissos com superávit.


Assim, ao contrário de outros anos, a parte fiscal será neutra, não acelerará mas também não significará um freio no crescimento da economia, ao contrário do ano passado, quando foi claramente restritiva.


Em relação ao câmbio, não há preocupações de curto prazo. O déficit nas contas externas têm financiamento. O problema são os impactos sobre o desenvolvimento produtivo. Mas aparentemente não é preocupação de primeiro plano.


A inflação ainda está elevada, mas está claramente desacelerando, proporcionando maiores graus de liberdade na política monetária. Alguns estudos de consultorias de mercado mostram que, dessazonalizados os dados, a inflação correntes está rodando a 4,5% ao ano. A aposta da Fazenda, assim como do BC, é chegar ao final do ano com o IPCA abaixo dos 5%.

No Ministério da Fazenda há a agenda comum com o Banco Central de redução do “spread” bancário (diferença entre taxas de captação e de aplicação dos bancos comerciais).

Ainda não existe um pacote definido de medidas, mas a agenda foi retomada. O “spread” é resultado da taxa de inadimplência do banco, mais impostos, mais margem de lucros dos bancos e também da política monetária (definição do nível do compulsório, isto é a parcela dos depósitos bancários recolhidos ao BC, e a taxa Selic).

Pelas análises iniciais, constata-se que não dará para reduzir impostos. Tem-se reduzido o compulsório e flexibilizado a taxa de juros. A margem dos bancos depende da competição. Sobra a inadimplência a ser atacada, através de uma série de medidas destinadas a melhorar as estatísticas do sistema e aprimorar as análises de crédito.


Essa retomada dos estudos microeconômicos se deve à relativa folga proporcionada pela economia mundial.


Nos Estados Unidos, foi prorrogado o programa de desoneração fiscal de Obama e o seguro desemprego. Mudou a perspectiva da economia e poderá nem ocorrer desaceleração do PIB norte-americano.


A União Europeia continua preso a soluções com tempo de validade, como é o caso da Grécia. O lado positivo é o fato do Banco Central Europeu estar injetando mais liquidez na economia reduzindo o risco de crise financeira. Mas falta crescimento para poder fugir da armadilha da crise fiscal.


A China experimentará uma desaceleração modesta, de 9,5% para 8,5% de crescimento.


O fato novo são as tensões


No caso brasileiro, estima-se um crescimento ao longo do ano. No final do ano, a economia poderia estar crescendo a um ritmo anualizado de 5 a 6% ao ano – projeção mais otimista que a do Banco Central. A discussão é apenas sobre o ritmo de aceleração, já que se aceita que haverá


A discussão é sobre o ritmo de aceleração.


Os recentes cortes de R$ 50 bilhões no orçamento, a rigor, não deverão interferir no ritmo da atividade econômica. Na verdade são cortes em relação ao que foi orçado pelo Congresso. Se se comparar o novo orçamento com o do ano passado, se verá crescimento. O que ocorreu foi muito mais um corte na expectativa negativa de crescimento de despesas.


Além disso, o contingenciamento orçamentário preservou os investimentos públicos. E visou exclusivamente manter os compromissos com superávit.


Assim, ao contrário de outros anos, a parte fiscal será neutra, não acelerará mas também não significará um freio no crescimento da economia, ao contrário do ano passado, quando foi claramente restritiva.


Em relação ao câmbio, não há preocupações de curto prazo. O déficit nas contas externas têm financiamento. O problema são os impactos sobre o desenvolvimento produtivo. Mas aparentemente não é preocupação de primeiro plano.


A inflação ainda está elevada, mas está claramente desacelerando, proporcionando maiores graus de liberdade na política monetária. Alguns estudos de consultorias de mercado mostram que, dessazonalizados os dados, a inflação correntes está rodando a 4,5% ao ano. A aposta da Fazenda, assim como do BC, é chegar ao final do ano com o IPCA abaixo dos 5%.

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