Caio Paes de Andrade, assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes, deve assumir imediatamente o cargo de presidente da Petrobras, após a renúncia de José Mauro Coelho. A expectativa é que isso ocorra ainda nesta semana, mesmo que a Petrobras tenha indicado para essa posição o diretor Fernando Borges para o cargo.
Inicialmente, Andrade será interino. Depois, assumirá o cargo de maneira permanente. A indicação de Borges faz parte da estratégia para colocar Andrade no cargo, já que o nome dele ainda está sendo analisado pelos comitês internos da Petrobras.
Andrade foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para a presidência em maio como forma de o governo segurar o preço dos combustíveis.
Coelho renunciou também ao cargo de conselheiro da Petrobras, cadeira necessária para ele ser presidente da estatal. O Conselho, então, escolherá Caio Andrade como conselheiro-tampão. E, em seguida, o indicará para o cargo de presidente interino.
Fernando Borges também pode indicar Caio Paes de Andrade para a diretoria da empresa e, em seguida, ele ser colocar na presidência.
Ele ficaria nessa posição até ser realizada uma assembleia geral extraordinária de acionistas, que efetivará a nomeação de Paes de Andrade como conselheiro e também como presidente.
O governo federal espera para esta terça-feira a aprovação do nome de Caio pelo Comitê de Pessoas da Petrobras, de maneira a dar maior segurança para a sua indicação para a presidência da empresa.
Caio Paes de Andrade foi escolhido por Bolsonaro e pelo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachida, para garantir que os preços dos combustíveis não suba. Ele já indicou uma renovação quase completa no Conselho de Administração da empresa e deve também trocar quase toda a diretoria.
Andrade é homem de confiança do ministro de Guedes. Ele será o quarto executivo a comandar a estatal em menos de quatro anos do governo Bolsonaro, que, incomodado com o impacto dos preços dos combustíveis em sua popularidade, troca o comando da estatal pela terceira vez.
Entre os desafios que Paes de Andrade terá de enfrentar estão justamente a pressão de Bolsonaro para conter preços do diesel e da gasolina e trâmites legais que podem apontar que sua indicação fere a Lei das Estatais.
Paes de Andrade é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, pós-graduado em Administração e Gestão pela Harvard University e Mestre em Administração de Empresas pela Duke University.
No Ministério da Economia, atuava como secretário de desburocratização, onde tocou pautas como a reforma administrativa, que empacou no Congresso. Inexperiente no setor de energia, seu nome ganhou impulso pelo trabalho feito na implementação da plataforma gov.br, considerada uma revolução digital.
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