Economia

Ninguém cobra o mercado financeiro por previsões erradas, diz Haddad

Segundo o ministro, se as previsões incorretas fossem feitas pelo governo o cenário seria outro

Ninguém cobra o mercado financeiro por previsões erradas, diz Haddad
Ninguém cobra o mercado financeiro por previsões erradas, diz Haddad
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Diogo Zacarias/MF
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta quinta-feira 20 a falta de cobrança por parte da imprensa e de setores da sociedade aos economistas do ‘mercado’ que fazem previsões incorretas sobre a economia brasileira.

“Vamos lembrar que em dezembro do ano passado o dólar tinha passado de R$ 6, hoje o dólar tá perto de R$ 5,7. E, na época, quantos economistas do mercado não disseram que o dólar não ia passar de R$ 7? É curioso que ninguém cobra esses economistas sobre a barbeiragem da previsão“, disse o ministro em entrevista à GloboNews.

Ainda conforme Haddad, se as previsões incorretas fossem feitas pelo governo, existiria uma cobrança. “O BC [Banco Central] tem que olhar para expectativas? Sim, o modelo do BC considera as expectativas para a tomada de decisão, mas ele tem que olhar também para os fundamentos da economia, é uma combinação”, continuou.

Um levantamento feito pelo portal UOL apontou que o mercado financeiro errou cerca de 95% de suas previsões sobre a economia brasileira nos últimos quatro anos.

As falas de Haddad são após o Comitê de Política Monetária do BC elevar a taxa básica de juros do país de 13,25% para 14,25% ao ano. Essa é a quinta alta consecutiva da Selic, sendo a segunda desde que Gabriel Galípolo substituiu Roberto Campos Neto na presidência da entidade monetária.

O Copom, para promover o aumento, citou o cenário econômico desafiador. Segundo a entidade, o atual patamar da Selic – o maior desde o período entre julho de 2015 e agosto de 2016 – é necessário pela conjuntura da economia dos Estados Unidos.

Mesmo com a alta na Selic, o ministro voltou a defender Galípolo, definindo o presidente do BC como uma pessoa “muito séria” e que não esperava um “cavalo de pau” na sua gestão do órgão. “Ele tem um compromisso com a coerência das medidas do BC para cumprir o seu mandato. Qual seja: trazer a inflação para a meta. Esse é o compromisso”, completou.

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