Economia
Não há tempo ruim
O lucro dos maiores bancos sobe 17,2% no semestre


Os quatro maiores bancos do País (BB, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander) lucraram, no primeiro semestre, 51,406 bilhões de reais, 17,2% a mais do que no mesmo período de 2021. O BB puxou a fila, com um salto de 45,6% no resultado, para 14,15 bilhões. O Bradesco veio em seguida, com lucro 27% maior, de 14,5 bilhões. O Itaú Unibanco, com 14,7 bilhões, teve queda de 1,7%. O Santander também perdeu (-0,5%): chegou a 8 bilhões no semestre. O fator principal para esse resultado foi o retorno das atividades pós-pandemia, que abriu espaço para concessões de crédito em linhas mais arriscadas. Além disso, assinala o analista Luis Miguel Santacreu, da Austin Rating, os conglomerados cortaram custos, fecharam agências e demitiram, enquanto aprofundavam a digitalização vitaminada no confinamento imposto pela Covid-19. “O segundo semestre tem eleição, novo governo, Copa do Mundo, Selic em 14% por um bom tempo a frear a economia e desaquecimento global. Difícil estimar qual evento será mais danoso em termos de inadimplência e provisão de inadimplência para o resultado dos bancos”, adverte o analista.
Imagem: Raphael Ribeiro/BCB
TIC-TAC
Imagem: iStockphoto
Murilo Vilaverde, aluno de Administração de Empresas da Strong Business School, de 18 anos, e quatro colegas desenvolveram uma plataforma para integrar as informações necessárias para a atracação no porto de Santos. A solução centraliza várias áreas envolvidas no processo: alfândega, Receita Federal, armadores etc., que se comunicam uma a uma, por e-mail, rádio e telefone. A plataforma contribui assim para diminuir os atrasos na atracação, que em média chegam a seis horas por dia. “A modernização de Santos é urgente, diz Renato Marcio. “Para se ter uma ideia, portos mundo afora usam eletroímãs para estabilizar um navio atracado, no Brasil ainda fazemos amarração por espias e cabeços.”
P&D
A Nextracker, empresa de rastreadores solares e otimização da geração de energia, acaba de anunciar no Brasil seu maior centro de pesquisa e desenvolvimento e treinamento fora dos EUA. Serão 40 cientistas e técnicos envolvidos em projetos de pesquisa para desenvolver tecnologia para grandes usinas solares. No País, há usinas solares com o mesmo potencial de geração de Sobradinho, ou seja, mais de 1 gigawatt.
EDUCAÇÃO I
Goiás e Santa Catarina serão os novos polos de expansão da Faculdade do Comércio de São Paulo, mantida pela Associação Comercial de São Paulo e a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo. Com 1,2 mil alunos e perspectivas de chegar a 6 mil nos próximos cinco anos, a FAC opera em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Maranhão, Rondônia, Pará e vai construir um campus em Piracicaba, onde vai oferecer cursos de graduação e pós à distância. O objetivo é formar profissionais com visão mais exata da realidade das empresas e do mercado.
EDUCAÇÃO II
O Movimento Brasil Competitivo iniciou uma campanha para promover a educação técnica a fim de incrementar a mão de obra qualificada e aumentar a competitividade do País. Em manifesto, o movimento defende a meta de fazer o ensino médio técnico alcançar 40% do total de matrículas no ensino médio regular, em 2030. Além de fomentar a maior participação do setor privado na oferta de educação técnica, a iniciativa pede uma adequação dos cursos e conhecimentos para cada região. Também propõe a avaliação e criação de iniciativas em parceria com o setor produtivo para a ampliação da oferta de vagas de nível médio e técnico.
PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1222 DE CARTACAPITAL, EM 24 DE AGOSTO DE 2022.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “Não há tempo ruim”
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