Na fila das privatizações, Correios lucram R$ 3,7 bilhões em 2021, melhor resultado em 22 anos

Em 2021, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que abre caminho para a venda; agora, a matéria está no Senado

Agência dos Correios em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Os Correios anunciam oficialmente nesta quinta-feira 17 um lucro recorrente de 3,7 bilhões de reais em 2021, apontado como o melhor resultado em 22 anos. Em 2020, o lucro foi de 1,53 bilhão de reais.

Em nota, a empresa destacou que “a curva ascendente registrada nos últimos balanços financeiros reflete o êxito do projeto de recuperação financeira e de sustentabilidade econômica”.

Em 2022, os Correios também voltarão a pagar dividendos à União após oito anos.

Apesar do resultado, a empresa segue na mira da privatização, uma obsessão do ministro da Economia, Paulo Guedes. Em 2021, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que abre caminho para a venda. Agora, a matéria está com a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, para, posteriormente, ser analisada pelo plenário da Casa Alta.

O discurso do governo em favor da privatização dos Correios é similar ao das campanhas pela venda da Eletrobras e por reformas recentes aprovadas pelo Congresso, como a trabalhista: pode diminuir o desemprego, atrair empresários e melhorar a economia. Há uma série de especialistas, contudo, a rechaçar essas teses.

No caso dos Correios, estatal que existe há mais de 350 anos, há a possibilidade de que cidades do interior percam acesso aos serviços postais. Atendê-las seria muito caro e, portanto, pouco interessante para uma empresa privada. Na versão final do texto, o relator, deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA), estabeleceu como diretriz para o processo de desestatização um veto ao fechamento de agências que “garantam a prestação do serviço postal universal em áreas remotas do País”.


Os únicos partidos que orientaram o voto ‘não’ ao projeto de privatização na Câmara são PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede.

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