Economia
Na Cesp, Alckmin foi coerente
Ao rejeitar a renovação de concessões de usinas da estatal, governador mostrou estar alinhado com a ideologia tucana
Ao decidir não renovar antecipadamente a concessão de três usinas da Cesp, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), mostrou estar alinhado com a ideologia tucana. Não se pode esquecer que em 2008, na gestão José Serra, a privatização da estatal paulista quase se tornou realidade. Só não ocorreu por falta de apoio do governo federal, que àquela altura deixou claro não aceitar tamanha antecipação do problema. A opção do Planalto então foi deixar o pepino para a administração seguinte.
A venda à iniciativa privada não saiu por ter ficado evidente para os investidores que a concessão das três usinas voltaria à União entre 2015 e 2017, e que esta não daria um novo período de concessão sob as regras vigentes então. O caso virou uma espécie de segurança jurídica às avessas: o comprador teria a garantia de perder os ativos adquiridos em cinco anos, algo impensável em infraestrutura, em que os investimentos são de longo prazo.
Não apareceu ninguém para comprar, claro. E o governo paulista foi forçado a adiar a opção privatista, aguardar a posição do governo federal. Quando saiu a MP 579, em 11 de setembro, o governo paulista ficou em cima do muro de início. Em seguida passou às críticas, encabeçadas pelo secretário José Anibal. E agora, em assembleia de acionistas, abriu mão da possibilidade de manter o controle estadual a partir do fim da concessão.
Analistas comentam que o mais provável é a licitação ocorrer em 2015. Mas o calendário será fixado pelo governo federal, já que os ativos voltam para a União ao fim do contrato de concessão vigente. Se depender dos tucanos, seguirá então para a gestão privada, provavelmente em parceria com fundos de pensão e o próprio governo paulista, mas como sócio minoritário.
Ao decidir não renovar antecipadamente a concessão de três usinas da Cesp, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), mostrou estar alinhado com a ideologia tucana. Não se pode esquecer que em 2008, na gestão José Serra, a privatização da estatal paulista quase se tornou realidade. Só não ocorreu por falta de apoio do governo federal, que àquela altura deixou claro não aceitar tamanha antecipação do problema. A opção do Planalto então foi deixar o pepino para a administração seguinte.
A venda à iniciativa privada não saiu por ter ficado evidente para os investidores que a concessão das três usinas voltaria à União entre 2015 e 2017, e que esta não daria um novo período de concessão sob as regras vigentes então. O caso virou uma espécie de segurança jurídica às avessas: o comprador teria a garantia de perder os ativos adquiridos em cinco anos, algo impensável em infraestrutura, em que os investimentos são de longo prazo.
Não apareceu ninguém para comprar, claro. E o governo paulista foi forçado a adiar a opção privatista, aguardar a posição do governo federal. Quando saiu a MP 579, em 11 de setembro, o governo paulista ficou em cima do muro de início. Em seguida passou às críticas, encabeçadas pelo secretário José Anibal. E agora, em assembleia de acionistas, abriu mão da possibilidade de manter o controle estadual a partir do fim da concessão.
Analistas comentam que o mais provável é a licitação ocorrer em 2015. Mas o calendário será fixado pelo governo federal, já que os ativos voltam para a União ao fim do contrato de concessão vigente. Se depender dos tucanos, seguirá então para a gestão privada, provavelmente em parceria com fundos de pensão e o próprio governo paulista, mas como sócio minoritário.
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