Mudança de rumo

Em condições muito desfavoráveis, o novo governo conseguiu alguns avanços, mas terá de ir além das ações de curto prazo

Os programas de transferência de renda e a tímida valorização do salário mínino não são suficientes para fazer a economia voltar a crescer, mas protegem as famílias de menor renda. O Minha Casa, Minha Vida deveria incluir a instalação obrigatória de painéis de energia solar fotovoltaica – Imagem: Roberta Aline/MDS e CDHU/GOVSP

Apoie Siga-nos no

Apesar de encontrar o País estagnado, empobrecido, com fome endêmica, destituído de vários instrumentos de desenvolvimento e imerso em um processo de radicalização política, o governo Lula agiu rápido e conseguiu acumular feitos relevantes na área econômica em cem dias de gestão. Além disso, teve sucesso em abortar uma tentativa de golpe e resistiu, o tempo todo, ao terrorismo do mercado financeiro, enquanto negociava com um Congresso Nacional arredio a uma reposição do Orçamento de 2023.

O governo deveria, e talvez pudesse, fazer mais para desdolarizar o preço dos derivados de petróleo, coordenar políticas anunciadas pelos ministérios em relação ao empréstimo consignado e às passagens aéreas, além de ter um plano efetivo e bem estruturado para retomar o crescimento econômico sustentável. Todos reconhecem, porém, a dificuldade para a tomada de decisões em um governo de frente ampla e alvo de hostilidade por parte do mercado financeiro e da mídia alinhada a esse segmento. Uma hostilidade que se deve, em parte, ao fato de o sistema financeiro não ter, pela primeira vez em quase uma década, um dos seus na chefia da Fazenda.

Leia essa matéria gratuitamente

Tenha acesso a conteúdos exclusivos, faça parte da newsletter gratuita de CartaCapital, salve suas matérias e artigos favoritos para ler quando quiser e leia esta matéria na integra. Cadastre-se!

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

1 comentário

ricardo fernandes de oliveira 10 de abril de 2023 20h49
não adianta só retomar programas, de maneira formal. o pronaf não funciona com apoio técnico adequado: o agricultor acaba endividado, com nome na serasa, e só produzindo para sua própria subsistencia, se tanto. o programa da merenda escolar prevê, desde os governos anteriores do PT, a compra de produtos da agricultura familiar. mas o valor repassado para compra da merenda é tão baixo que a tendencia é a compra de alimentos ultraprocessados. além disso, vc precisa que o agricultor tenha nota fiscal, etc, para comprovar a compra. ou seja, como dizia drummond, as leis não bastam: os lirios não nascem das leis.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.