Enquanto o Ministério da Indústria busca identificar um espaço para o Brasil na cadeia global de produção de semicondutores, talvez em associação com a China, e o BNDES batalha para estabelecer taxas de financiamento factíveis para o crédito empresarial de longo prazo, o Ministério da Saúde dá os primeiros e decisivos passos para desenvolver o complexo industrial da saúde no País. Trata-se da mais clara oportunidade de constituição de um eixo de política industrial no governo Lula.
Na sexta-feira 3, a ministra Nísia Trindade Lima, da Saúde, recebeu os reitores da Unicamp, da USP e da Unesp para a definição de uma proposta de trabalho conjunto, visando ações de inovação na área da saúde, de modo a melhorar a qualidade no atendimento do SUS e reduzir a dependência do setor em relação a insumos e equipamentos importados. Credenciada pela liderança desempenhada na Fiocruz, instituição que presidiu, na formação da joint venture com a britânica AstraZeneca para a produção conjunta de vacinas e testes de diagnóstico para a Covid-19, a ministra quer desenvolver com as universidades paulistas, no entorno das instituições de saúde pública, uma parte importante do complexo público-privado integrado por empresas fornecedoras de medicamentos e equipamentos, além de prestadores de serviços.
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