Ministro nega ‘chantagem’ para impor Guido Mantega na presidência da Vale

Alexandre Silveira afirmou não ter telefonado para acionistas da mineradora a pedido de Lula

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Foto: MME

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), negou ter praticado “chantagem” para, supostamente, impor o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega na presidência da Vale.

A declaração foi concedida nesta sexta-feira 26, após rumores de que o ministro teria telefonado para acionistas da Vale para informar sobre a vontade do presidente Lula (PT) de ter Mantega na presidência. Se fosse designado presidente, Mantega substituiria Eduardo Bartolomeo.

A Vale foi privatizada em 1997, mas o governo exerce influência por meio da principal acionista da empresa, a Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, gerido de forma compartilhada com a administração federal. Segundo Silveira, são “inverídicas” as notícias de que o governo teria usado esse canal para influenciar pela nomeação de Mantega à presidência da mineradora.

“É muito sério dizer que um ministro de Estado ligou para fulano ou para beltrano para poder fazer uma imposição e, até mesmo, alguns mais levianos usaram o nome ‘chantagem’, sem dizer quem teria recebido esse telefonema”, reclamou o ministro.

“Quero afirmar: eu não tive nenhuma conversa com um conselheiro em que eu tivesse citado uma indicação do ex-ministro Mantega para suceder o atual presidente da Vale. Estou dizendo isso peremptoriamente diante da imprensa nacional.”

O ministro reiterou ter “críticas contundentes” à gestão da Vale e disse que não teriam sido suficientes os compromissos cumpridos pela empresa após as rupturas das barragens de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais. Apesar disso, afirmou que as críticas não são “correlatas” a uma pessoa.


“A Vale precisa melhorar a sua gestão, ter uma interlocução mais próxima com o governo”, avaliou. “São políticas que a gente quer fazer de mãos dadas com a Vale, mas vamos usar os instrumentos regulatórios de formulação de políticas que forem necessários para que eles cumpram com o Brasil.”

Silveira também minimizou o fato de a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, ter defendido a nomeação de Mantega para o conselho de administração da Vale. Segundo o ministro, a deputada federal tomou essa posição pública com base nas informações da imprensa que ele desmentiu.

Mantega foi ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff (PT) e passou pela Fazenda, pelo Planejamento e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento, o BNDES.

Para ser nomeado presidente, seria necessário ter o apoio dos demais acionistas da Vale. Enquanto o Previ só detém 8,7%, mais de 70% das ações são de investidores com menos de 5% cada.

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