Economia

Ministro diz que vai propor medidas para impedir uso do Bolsa Família em bets

Governo passou a estudar medidas após um estudo do Banco Central indicar o crescente uso do dinheiro do benefício em apostas online

Ministro diz que vai propor medidas para impedir uso do Bolsa Família em bets
Ministro diz que vai propor medidas para impedir uso do Bolsa Família em bets
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, disse que irá propor ao presidente Lula (PT) um pacote de medidas para coibir a utilização do Bolsa Família para custear apostas online.

Uma das propostas prevê identificar pelo CPF dos apostadores quais deles seriam beneficiários do programa usando outra renda para jogar em bets. Inicialmente, o governo federal deve enviar uma notificação como advertência e oferecer condições para tratar eventuais vícios em jogos.

Caso a pessoa persista em fazer apostas com dinheiro do Bolsa Família, a ideia é alterar a titularidade do cartão para outra pessoa da mesma família, explicou o ministro em entrevista à TV Clube, afiliada da Globo no Piauí, nesta sexta-feira 27.

A proposta é não permitir o uso do dinheiro. Nenhum centavo. Aqui, quando ele [beneficiário] faz uso de jogos, a gente acompanha pelo CPF. Porque, às vezes, ele tem outras rendas, não é só do Bolsa Família”, acrescentou Dias. “Ali a gente oferece as condições do tratamento. Quando a pessoa persiste, querendo utilizar o cartão, a proposta é fazer uma alteração de titular”.

A preocupação do governo com as bets aumentou após um estudo produzido pelo Banco Central mostrar que cerca de 24 milhões de pessoas físicas participam de jogos de azar e apostas no País.

Entre os beneficiários do Bolsa Família, principal programa de transferência de renda, mais de 5 milhões de usuários destinaram dinheiro às casas de apostas virtuais somente em agosto. Foram mais de 3 bilhões gastos nesse período – um montante que corresponde a 20% do valor total repassado pelo programa.

A estimativa do BC considera os consumidores que realizaram ao menos uma transferência via Pix para essas empresas em agosto. A grande maioria dos apostadores tem entre 20 e 30 anos, aponta o relatório.

O valor médio mensal das transferências aumenta conforme a idade. Para os mais jovens, os aportes chegam aos 100 reais por mês. Já os mais velhos destinam mensalmente mais de 3 mil reais.

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