Economia
Ministro diz que Petrobras está ‘no limite’ e que preços dos combustíveis podem ser reajustados
Aumento não tem data para ocorrer e dependerá de oscilações do mercado internacional


O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse, em entrevista à GloboNews nesta sexta-feira 4, que a Petrobras pode promover reajuste nos preços dos combustíveis, caso haja oscilação no mercado externo. Segundo ele, a estatal informou que está trabalhando “no limite do preço marginal”.
De acordo com Silveira, a situação da estatal foi informada por representantes da empresa em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O reajuste pode ocorrer, segundo Silveira, caso o preço no mercado externo oscile para cima.
“Eles disseram, de forma explícita, que estavam no limite do preço marginal e que se houvesse alguma oscilação para cima a partir de agora, que eles fariam o repasse ao preço dos combustíveis e seus derivados”, afirmou.
Silveira também citou a necessidade de se fazer investimentos na estatal em eventual aumento de preços internacionais.
“É claro, se houver oscilação para cima, a Petrobras terá responsabilidade com esses investidores, com a empresa, com a necessidade dos seus reinvestimentos para modernizar a empresa, e os repasses serão feitos. Por isso quero tranquilizar os investidores”, explicou.
Em maio, a Petrobras anunciou o fim da paridade internacional de preços do diesel e da gasolina. O ministro é um dos defensores da nova política.
“Foi importante mudar a política de preços, não há como não se reconhecer. Havia uma extorsão ao consumidor brasileiro, consequentemente aumentando o ‘custo Brasil’, aumentando o preço do alimento que chega no prato de todos os brasileiros, na política de preços que não permitia a Petrobras fazer volatilidade para baixo quando o preço internacional caía”, disse.
No segundo trimestre de 2023, a Petrobras fechou com um lucro de 28,8 bilhões de reais, o primeiro desde o fim da paridade internacional. Os números apontam uma queda de 47% em relação ao mesmo período do ano anterior, um reflexo da prática de preços menores praticados pela estatal.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Gasolina da Petrobras é 23% mais barata que a de refinarias privadas, aponta levantamento
Por CartaCapital
Petrobras reduz dividendos e repassará R$ 15 bilhões pelo 2º trimestre
Por CartaCapital
Agência aumenta nota de crédito da Petrobras e outras 18 empresas brasileiras
Por André Lucena
Com petróleo mais barato, lucro líquido da Petrobras cai 47% e chega a R$ 28 bilhões no 2º trimestre
Por CartaCapital