Ministério da Agricultura investiga dois casos de gripe aviária em granjas de Tocantins e Santa Catarina

O Ministério da Agricultura e Pecuária investiga seis casos suspeitos de gripe aviária no Brasil – dois em granjas comerciais e quatro em produções familiares de aves. Os dados constam em monitoramento realizado pelo Serviço Veterinário Oficial, atualizado nesta segunda-feira 19.

As duas investigações em granjas comerciais se debruçam sobre análise de suspeitas de infecção por influenza aviária de alta patogenicidade em estabelecimentos de Tocantins e Santa Catarina.

Os outros quatro casos que se referem a produções familiares para subsistência estão em Triunfo (RS), Gracho Cardoso (SE), Salitre (CE) e Nova Brasilândia (MT).

Segundo a pasta, as investigações estão em andamento, com coleta de amostras, mas ainda sem resultado laboratorial conclusivo.

Primeiros casos

No sábado 17, o estado de Santa Catarina proibiu o ingresso de aves vivas e ovos férteis de 12 municípios do Rio Grande do Sul, após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja do município de Montenegro (RS). Estão entre a lista de municípios:

• Cachoeirinha
• Canoas
• Capela Santana
• Esteio
• Gravataí
• Montenegro
• Nova Santa Rita
• Novo Hamburgo
• Portão
• São Leopoldo
• Sapucaia do Sul
• Triunfo

A medida foi anunciada pela Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária que, em nota, frisou que todas as cargas autorizadas a ingressar no Estado de Santa Catarina, oriundas do Rio Grande do Sul, deverão obrigatoriamente passar por desinfecção nos Postos Fixos de Fiscalização (PFFs), sob responsabilidade do Serviço de Defesa Sanitária Animal de Santa Catarina. Santa Catarina é o único estado do Brasil que faz divisa com o Rio Grande do Sul.

Até o momento, dois casos foram confirmados em solo gaúcho. O primeiro, em uma granja comercial, em Montenegro, e o segundo em aves silvestres no Zoológico de Sapucaia do Sul. Após os episódios, União Europeia, África do Sul, Coreia do Sul, Canadá, México, Argentina, China, Chile, Japão e Uruguai confirmaram a suspensão da compra de carne de frango brasileira.

O que é o vírus da Influenza?

O H5N1, subtipo do vírus Influenza, atinge, predominantemente, as aves. Segundo o Ministério da Agricultura, a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou de ovos.

“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo”, disse a pasta, em um comunicado.

O risco de infecções em humanos é baixo e, em sua maioria, ocorre apenas entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas). As autoridades sanitárias sustentam que já adotaram medidas previstas no plano nacional de contingência, com o objetivo de conter a doença, garantir a segurança alimentar e evitar qualquer impacto na produção.

País pode ficar livre da gripe aviária em 28 dias, afirma Fávaro

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou, nesta segunda-feira 19, que o País pode ficar livre da gripe aviária em 28 dias caso, no período, não seja registrado nenhum outro caso em granjas comerciais. Isso possibilitaria ao Brasil retomar a vender de carne de frango aos países que suspenderam a importação da proteína.

“O importante é a gente fazer todo o bloqueio e o rastreamento de tudo o que saiu dessa granja. Fazendo a inutilização de toda essa produção, a gente diminui muito o risco de novos casos. Diminui muito mesmo. Feito isso, cumpre-se o prazo de 28 dias, que é o ciclo desse vírus”, declarou o ministro.

“Se, em 28 dias, não tiver nenhum outro caso, a gente pode, com tranquilidade, baseado em ciência, dizer ao mercado e aos compradores, a gente volta então a colocar o status de como livre de gripe aviária. O Brasil, de novo, livre de gripe aviária”, completou Fávaro, durante conversa com jornalistas.

O ministro admitiu, no entanto, que a normalização das exportações deve ocorrer de maneira gradativa, e que os mercados não devem se abrir de imediato.

“Não significa que, imediatamente, todos os mercados se abrirão. Muitos vão fazer questionamento, tirar dúvidas. E é normal isso””, reconheceu. “28 dias são o prazo científico que se extingue o risco de um ciclo se perpetuar. A gente, não tendo novos casos, pode, com segurança, dizer que o Brasil volta ao status de livre de gripe aviária. Certamente, aqueles que restringiram o Brasil todo, vão reduzir provavelmente só ao Rio Grande do Sul ou a Montenegro e aí, gradativamente, voltando à normalidade.”