Saída de Moro leva dólar a R$ 5,72 e derruba bolsa brasileira

Mercado reage à saída explosiva de Sergio Moro, que acusou Bolsonaro de querer interferir politicamente na polícia federal

Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas

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O dólar abriu a sexta-feira 24 nas alturas com o aumento dos rumores de que o ministro Sergio Moro, da pasta de Justiça e Segurança Pública, irá deixar o barco do governo Bolsonaro. Não há nada que não possa piorar: após ter batido outro recorde de R$ 5,58, a moeda é negociada a R$ 5,72 no início da tarde desta sexta-feira após a explosiva saída de Moro do ministério, que foi acompanhada de graves denúncias contra as intenções de Bolsonaro com a Polícia Federal.

O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, acordou em queda após ter fechado o dia abalado e atua em queda de 7,87%, uma derretida acentuada pelo cenário político de Brasília, além da influência do preço do petróleo no mercado internacional e, claro, a pandemia de coronavírus.

Caso caia 10%, o circuit breaker será novamente acionado no País – o mecanismo suspende por 30 minutos as negociações na bolsa brasileira para dar um “fôlego” aos operadores do mercado. As negociações no pregão ocorrem até às 17h.

Na véspera, o fechamento do dia foi realizado com a moeda sendo negociada a  R$ 5,52, uma alta de 2,19%, e com a bolsa registrando um recuo de 1,26% após um dia de bom crescimento. Todo o movimento esteve relacionado aos movimentos políticos, mas também sofreu influências do mercado internacional do petróleo, que registrou quedas históricas ao longo da semana.

Em Brasília, o clima é se incerteza com a confirmação quase certa da saída de Sergio Moro, o ex-juiz da Lava Jato que alçou sua popularidade ao topo ao condenar o ex-presidente Lula à prisão, movimento condenado por suas alegadas inconsistências jurídicas e falta de imparcialidade, conforme apontam críticos, e adorado por eleitores de Bolsonaro e da direita.


Moro foi o ministro mais popular do governo Bolsonaro – pelo menos até antes da pandemia de coronavírus, que também elevou a popularidade do já demitido ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.

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