Economia
Lula diz à Comissão Europeia que espera assinar acordo UE-Mercosul em 2025
O tratado enfrenta a reticência da França e terá de ser aprovado pelos 27 países do bloco e pelo Parlamento Europeu


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) espera que o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia seja assinado “no fim deste ano”, segundo afirmou à presidente da Comissão Europeia, braço executivo da UE, nesta sexta-feira 5.
A Comissão Europeia colocou em andamento, nesta semana, o processo de ratificação do tratado comercial, que enfrenta a reticência da França e terá de ser aprovado pelos 27 países do bloco e pelo Parlamento Europeu.
Em uma conversa de 20 minutos com a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, Lula “saudou” que o Executivo europeu tenha validado o acordo, o primeiro passo antes de ser submetido aos Estados-membros e os eurodeputados, segundo uma nota oficial.
O presidente Lula “manifestou (…) a expectativa de que o Acordo possa ser assinado no final deste ano, durante a Cúpula do Mercosul” no Brasil.
Desde que terminaram as negociações entre a UE e o Mercosul, em dezembro, setores agrícolas europeus — em especial franceses — se mostraram muito críticos.
Paris reitera há anos suas reservas sobre o acordo, que considera uma ameaça potencial para sua produção de gado, aves, açúcar e biocombustíveis.
Para tranquilizar a França, Bruxelas prometeu completar o tratado com um “texto jurídico” que reforce as medidas de salvaguarda para “os produtos europeus sensíveis”.
Lula pediu a Von der Leyen, nesta sexta-feira, que “qualquer regulamento sobre salvaguardas que seja adotado internamente pela UE esteja em plena conformidade com o espírito e os termos pactuados no Acordo”.
Se for aprovado, o tratado UE-Mercosul abrangerá um mercado de mais de 700 milhões de pessoas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.