Economia

$LIBRA: Justiça argentina investigará Milei por promover criptomoeda que colapsou

Segundo o jornal argentino ‘La Nación’, as transações nas duas primeiras horas após a publicação do presidente movimentaram US$ 4,5 bilhões

$LIBRA: Justiça argentina investigará Milei por promover criptomoeda que colapsou
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O presidente da Argentina, Javier Milei. Foto: AFP
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A Justiça da Argentina vai investigará se o presidente Javier Milei cometeu crimes ao promover uma criptomoeda que colapsou horas após seu lançamento.

A denúncia foi apresentada pelo Observatório de Direito da Cidade, organização de advogados do país. Segundo a entidade, Milei “fez parte de uma associação criminosa” que teria arquitetado uma fraude com a criptomoeda $LIBRA.

Além de Milei, o presidente da Câmara dos Deputados da Argentina, Martín Menem, também foi denunciado. O parlamentar teria impulsionado a criptomoeda ao repostar a mensagem de Milei. Julián Peh, cofundador da Kip Network e da KIP Protocol — empresas responsáveis pela criação do ativo —, também foi citado na denúncia.

A juíza María Servini, designada nesta segunda-feira 17 para compor o Juizado Federal 1, será responsável pelo caso.

O caso

Na noite de sexta-feira 14, o presidente argentino Javier Milei surpreendeu ao promover em suas redes sociais a $LIBRA, alegando tratar-se de um projeto para financiar pequenas empresas.

“Este projeto privado se dedicará a incentivar o crescimento da economia argentina, financiando pequenas empresas e empreendimentos argentinos. O mundo quer investir na Argentina”, escreveu o presidente, no X.

O anúncio fez com que o valor do ativo disparasse em poucos minutos, chegando a quase 5 dólares por token. Em poucas horas, contudo, a moeda despencou para menos de 50 centavos de dólar, deixando um rastro de prejuízos.

Diante do colapso, Milei apagou a postagem e voltou às redes para afirmar que não estava “suficientemente informado” sobre o tema.

Segundo o jornal argentino La Nación, as transações nas duas primeiras horas após a publicação de Milei movimentaram 4,5 bilhões de dólares. Além disso, 80% dos tokens estariam concentrados em apenas cinco carteiras, uma dinâmica típica em golpes financeiros conhecidos no mercado cripto como “rug pull”: quando fundadores lançam um projeto, atraem público prometendo altos retornos e, de repente, retiram todos os fundos, ‘puxando o tapete’ de novos investidores.

A oposição acusa Milei de fraude e de conduta incompatível com o cargo. O episódio intensificou a crise na Casa Rosada, levando opositores a articular um pedido de impeachment contra o presidente.

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