Economia

Lemann, Sicupira e Telles propõem injetar R$ 7 bilhões na Americanas, mas não há acordo com credores

A varejista, que entrou em recuperação judicial, tem dívidas de R$ 42,5 bilhões

Lemann, Sicupira e Telles propõem injetar R$ 7 bilhões na Americanas, mas não há acordo com credores
Lemann, Sicupira e Telles propõem injetar R$ 7 bilhões na Americanas, mas não há acordo com credores
O bilionário Jorge Paulo Lemann, acionista de referência da Americanas. Foto: AFP
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Os chamados acionistas de referência da Americanas, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Alberto Sicupira e Marcel Telles, apresentaram nesta quinta-feira 16 uma proposta aos credores da varejista. O plano prevê um aporte de 7 bilhões de reais na empresa.

Em fato relevante divulgado ao mercado, porém, a Americanas afirma que “não houve, até o momento, acordo com relação à proposta apresentada”. Os valores foram formalizados pela Rothschild, contratada para fazer a articulação com os credores.

Além da injeção de 7 bilhões de reais, os bilionários sinalizam a recompra de dívida por parte da companhia (12 bilhões de reais) e a conversão de dívidas financeiras (cerca de 18 bilhões), parte em capital e parte em dívida subordinada.

Em 11 de janeiro, a Americanas informou ao mercado ter encontrado “inconsistências contábeis” de 20 bilhões de reais em seus balanços. Os passos seguintes envolveram a Justiça: primeiro, uma medida de proteção contra credores e, na sequência, a aprovação do início de uma recuperação judicial. A companhia tem dívidas de 42,5 bilhões de reais.

Na quarta-feira 15, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Aloizio Mercadante, disse que não há no horizonte qualquer ação direta para salvar a varejista, uma vez que a instituição não é um “hospital de empresas”.

“Não há possibilidade de tratar da crise da Americanas. O que tínhamos de fazer já fizemos, executamos a fiança e recuperamos nosso capital”, afirmou.

Ele defendeu, porém, dialogar com a Federação Brasileira de Bancos e o Ministério da Fazenda sobre a abertura de uma linha de crédito voltada a pequenos fornecedores da varejista.

“Compete à CVM, ao Banco Central, avaliar com rigor o que aconteceu. Os sócios principais têm volume de capital bastante expressivo para salvar a empresa e, sobretudo, proteger os fundos de investimento, os 40 mil trabalhadores e as micro e pequenas empresas que são fornecedoras”, avaliou.

Mercadante reforçou que os pequenos fornecedores não têm qualquer responsabilidade pela crise na Americanas. “Elas foram vítimas de um processo. Os indícios de fraude no balanço são muito graves”, emendou, em coletiva de imprensa.

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