Economia
Leilão do pré-sal termina com apenas 4 dos 11 blocos arrematados
A participação de compradores interessados esteve bem abaixo da registrada nas edições anteriores
O leilão de 11 blocos do pré-sal realizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta sexta-feira 16 terminou com apenas 4 arremates, em três deles, com participação da Petrobras, sendo um deles com exclusividade.
A participação de compradores interessados esteve bem abaixo da registrada nas edições anteriores. Ao todo, com o arremate dos 4 blocos do pré-sal foram arrecadados 916 milhões de reais, com investimentos previstos em 432 milhões de reais. A expectativa era de que a arrecadação somasse 1,2 bilhão de reais se todos os 11 blocos fossem arrematados:
Os blocos arrematados foram:
- Bloco Água Marinha, na Bacia de Campos, arrematado pelo consórcio formado por TotalEnergies, Petronas e QatarEnergy;
- Bloco Norte de Brava, na Bacia de Campos, arrematado pela Petrobras;
- Bloco Bumerangue, na Bacia de Santos, arrematado pela BP Energy;
- Bloco Sudoeste de Sagitário, na Bacia de Santos, arrematado pelo consórcio formado pela Petrobras e Shell.
Esse é a segunda rodada de ‘fracasso’ do governo na entrega do pré-sal. Em outubro, outro certamente terminou com apenas 5 áreas arrematadas das 92 que foram oferecidas. A arrecadação foi de apenas 370 milhões de reais, a menor de todas os leilões da ANP.
Nesta edição do leilão, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, sequer participou presencialmente. Ele se limitou a gravar um vídeo exibido na abertura do evento celebrando a entrega do ativo brasileiro.
Regime de partilha permanente
No modelo realizado nesta sexta, a empresa que arremata uma área para exploração cede parte da produção futura ao governo e paga um bônus na assinatura do contrato. Na prática, o governo compartilha o risco com a empresa e, por isso, recebe o pagamento pela cessão da área. Vence o bloco a empresa que oferece o maior volume do chamado excedente em óleo à União – volume de petróleo ou gás que resta após a empresa vencedora descontar os custos da exploração e os investimentos feitos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.