Economia
Leia as justificativas do Copom para manter a Selic em 15% ao ano
O colegiado do BC divulgou a ata da reunião nesta terça-feira
O Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, divulgou nesta terça-feira 11 a ata da reunião que resultou na manutenção da taxa Selic em 15% ao ano. O encontro foi realizado entre terça e quarta-feira da semana passada.
Segundo o documento, não há qualquer compromisso do Copom com a queda de juros na próxima reunião, marcada para dezembro. Novamente, o grupo diz que o atual cenário exige cautela.
“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, diz um trecho da ata da reunião.
Em outra parte do registro divulgado pelo BC, o Copom diz a convicção de que a taxa de juros nas alturas levará o País a cumprir a meta de inflação. “A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida”, anota o Copom na ata.
Na parte das justificativas para a Selic, a ata cita incertezas no ambiente externo, especialmente sobre os Estados Unidos, e a moderação no crescimento da economia brasileira. A meta da inflação, novamente, é mencionada. Veja:
“1. O ambiente externo ainda se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica; 2. Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores segue apresentando, conforme esperado, trajetória de moderação no crescimento da atividade econômica, mas o mercado de trabalho ainda mostra dinamismo; 3. Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentes apresentaram algum arrefecimento, mas mantiveram-se acima da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 4,5% e 4,2%, respectivamente.”
Leia a íntegra da ata divulgada pelo Copom:
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