Economia

LDO deve manter trecho que reduz poder do governo sobre emendas parlamentares

Calendário para emendas não obrigatórias, porém, deve ser excluído

LDO deve manter trecho que reduz poder do governo sobre emendas parlamentares
LDO deve manter trecho que reduz poder do governo sobre emendas parlamentares
O relator da LDO, Danilo Forte (União-CE). Foto: Victor Ohana/CartaCapital
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O relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias deve manter o cronograma de execução das emendas impositivas, apesar das ressalvas feitas pelo governo, apurou a reportagem. O texto, no entanto, não deve mais definir um calendário de empenho e de pagamento de emendas que não são obrigatórias.

O acordo ocorreu após negociações entre o governo e o relator da LDO no Congresso Nacional, o deputado Danilo Forte (União-CE). A expectativa é que o parecer seja votado nesta quarta-feira 13 pela Comissão Mista de Orçamento. O documento seria lido nesta terça, mas o governo pediu o adiamento.

A LDO contém regras para os gastos do governo no ano seguinte.

Parte desses gastos é com as emendas parlamentares impositivas, verbas disponibilizadas de forma obrigatória aos deputados e senadores para projetos que consideram prioritários.

Apesar de já ser prevista em lei, a execução desses recursos não tinha um calendário. Isso permitia que o governo utilizasse as datas de empenho e de pagamento em negociações de projetos de seu interesse.

Com o anúncio do relator da LDO sobre a criação do cronograma, o governo perde um instrumento de pressão sobre o Congresso. Ao mesmo tempo, os parlamentares reduzem problemas com o atraso na execução de emendas que já são obrigatórias.

Além de propor um cronograma para as emendas impositivas, o relator da LDO havia inserido na matéria um calendário para as emendas de comissão, que não são obrigatórias. Segundo o governo, o impacto da medida seria de 12 bilhões de reais sobre o Orçamento e feriria a separação dos Três Poderes. Após as conversas, o relator decidiu eliminar o dispositivo.

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