Para decolar, a indústria brasileira de transformação precisa de investimentos anuais correspondentes a 4,6% do Produto Interno Bruto, quase o dobro do patamar atual de 2,6%, É o que indica um estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a Fiesp, nesta segunda-feira 2.
O setor, como diz o nome, transforma matéria-prima e a converte em produtos acabados ou semi-acabados – tarefa-chave da maior parte das atividades industriais.
De acordo com a Fiesp, são necessários 456 bilhões de reais de investimentos por ano, por um período de sete anos, para que o setor retorne ao status de 1970. Esses recursos seriam aplicados em compras de máquinas, equipamentos, terrenos e edificações.
Ainda de acordo com a Fiesp, 2021 registrou o mais baixo nível de investimentos industriais em 20 anos. Naquele ano, apenas 12,9% de todos os investimentos nacionais foram destinados ao setor, uma queda significativa em comparação com os 20,9% registrados em 2000.
Entre 2017 e 2021, os recursos foram mais concentrados nas seguintes áreas:
- Petróleo e biocombustíveis (bens intermediários): 32,2%;
- Alimentos (não duráveis): 15,7%;
- Veículos (duráveis e de capital): 7,4%;
- Outros químicos (intermediários): 5,8%;
- Metalurgia e papel e celulose (intermediários): 5,4% cada.
Para fins de comparação, assim era o ranking entre 1996 e 2000:
- Veículos: 13,%;
- Alimentos: 12,2%;
- Petróleo e biocombustíveis: 9,2%;
- Metalurgia: 8,9%;
- Outros químicos: 7,8%.
A Fiesp sustenta que a indústria de transformação é estratégica e que, quando a indústria cresce, “alavanca todo o PIB e irradia crescimento para outros segmentos”.
A entidade cobra, também, celeridade na aprovação da reforma tributária, que está sob análise no Senado, após a apreciação na Câmara. A nova regulação vai mudar o sistema de impostos no Brasil.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login