Economia
Inflação: IPCA chega a 5,35% em 12 meses e estoura a meta contínua pela primeira vez
Com a bandeira vermelha na energia, os preços subiram 0,24% em junho, segundo o IBGE
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, chegou a 5,35% em 12 meses e, pela primeira vez, estourou a meta contínua. O sistema, que está em vigor desde janeiro deste ano, considera que houve descumprimento quando a inflação acumulada permanece fora do intervalo da meta por seis meses consecutivos. Atualmente, o centro da meta é de 3%; o piso é de 1,5%; e o teto, 4,5%.
Os novos dados da inflação foram divulgados nesta quinta-feira 10 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que informou alta de 0,24% nos preços em junho. O acumulado de 2025 até aqui é de 2,99%.
Os gastos com energia foram os que mais puxaram a alta de junho, segundo o IBGE. A vigência da bandeira tarifária vermelha, que adiciona 4,46 reais na conta de luz a cada 100 KWh consumidos, fez o gasto do setor subir 2,96%. Também pesaram os reajustes das tarifas de energia em diferentes localidades, como Belo Horizonte e Porto Alegre.
Entre todos os grupos de itens pesquisados pelo IBGE, houve quda nos preços apenas em um: alimentos e bebidas (-0,18%). Foi a primeira deflação no setor após nove meses consecutivos de altas. Entre os itens que tiveram maiores quedas de preços estão o ovo de galinha (-6,58%), o arroz (-3,23%) e as frutas (-2,22%).
CartaCapital
Há 31 anos, a maior referência progressista em jornalismo no Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Mercado financeiro reduz previsão da inflação para 5,18%
Por Agência Brasil
ANBIMA mantém projeção da Selic em 14,75% até o fim de 2025 e vê inflação acima da meta
Por Do Micro ao Macro