Economia

Inflação de março alcança o mais baixo índice para o mês desde 2020

Queda nos preços das passagens aéreas e nos gastos com educação puxam índice para baixo; inflação dos alimentos, porém, segue alta

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
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A inflação no país ficou em 0,16% no mês de março. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta quarta-feira 10 o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o percentual é o mais baixo para o mês desde 2020.

O índice recuou após um avanço expressivo em fevereiro, quando ficou em 0,83%. No acumulado de doze meses, a inflação no país está em 3,93%.

De acordo com o IBGE, apesar da baixa inflação no mês passado, a principal alta (0,53%) foi registrada no grupo de alimentos e bebidas, que afetam diretamente a maior parte da população.

Para os brasileiros, itens como cebola e tomate ficaram mais caros no mês passado, com altas de 14,34% e 9,85%, respectivamente. Frutas (3,75%) e leite longa vida (2,63%) também registraram altas importantes. O ovo de galinha também não escapou da subida nos preços, registrando alta de 4,95%.

Ainda assim, a inflação dos alimentos em março caiu em comparação a fevereiro, quando a subida ficou em 0,95%.

Segundo André Almeida, responsável pelo gerenciamento da pesquisa do IBGE, a alta nos alimentos se explica por problemas climáticos. Esse fenômeno vem se intensificando, inclusive, nos últimos tempos.

“Problemas relacionados às questões climáticas fizeram os preços dos alimentos, em geral, aumentarem nos últimos meses”, explicou Almeida, que também disse que “em março, os preços seguem subindo, mas com menos intensidade”.

Considerando as variações gerais dos preços no país, por outro lado, o grupo de transportes, como um todo, registrou queda nos preços. A queda foi 0,33% no mês passado, o que contribuiu em -0,07 ponto percentual no IPCA divulgado hoje. 

A queda nos preços dos transportes, a princípio, poderia ser positiva para a maior parte da população. Entretanto, essa redução não se refletiu com maior intensidade no dia a dia da população. 

Isso acontece porque a principal baixa (-9,14%) foi registrada nos preços de passagens aéreas. Já a gasolina, por seu turno, aumentou 0,21% em março. A subida ficou levemente acima da média do IPCA, mas foi bem menor do que aquela registrada em fevereiro, quando alcançou 2,93%.

Na receita da inflação do mês passado, outro elemento de destaque foram os gastos ligados à educação, que caíram em relação a fevereiro: em março, por exemplo, a subida foi de tímidos 0,14%, enquanto em fevereiro bateu 4,98%. 

Ainda segundo Almeida, a diferença se explica pelo fato de que, tradicionalmente, em fevereiro, os gastos com educação crescem, puxados pelos reajustes promovidos no início do ano letivo. Esses reajustes, porém, já não foram mais sentidos em março.

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