Economia

Impulsionada por alta dos alimentos, inflação acelera para 0,46% em maio

Resultado foi divulgado pelo IBGE nesta terça-feira

Impulsionada por alta dos alimentos, inflação acelera para 0,46% em maio
Impulsionada por alta dos alimentos, inflação acelera para 0,46% em maio
Supermercado. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o dado de inflação oficial do País, de maio foi de 0,46%. O resultado supera em 0,08 ponto percentual a taxa registrada em abril (0,38%). Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira 11.

Segundo o instituto, no ano, o IPCA acumula alta de 2,27% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%. Como comparação, em maio de 2023, a variação havia sido de 0,23% e nos 12 meses imediatamente anteriores, o acumulado do IPCA era de 3,69%.

Em nota, o IBGE informa que os resultados de maio foram impactados pela alta no preço dos alimentos.

“Esse resultado foi pressionado pelos preços dos alimentos e bebidas, que subiram 0,62% na comparação com abril, influenciados, sobretudo, pela alta dos tubérculos, raízes e legumes (6,33%). Dentre eles, destaca-se a batata-inglesa, com aumento de 20,61%, o maior impacto individual sobre o índice geral”, detalha o instituto, que cita a mudança de safra como ponto-chave para entender o aumento.

“Em maio, com a safra das águas na reta final e um início mais devagar da safra das secas, a oferta da batata ficou reduzida. Além disso, parte da produção foi afetada pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, que é uma das principais regiões produtoras”, anota André Almeida, o gerente da pesquisa, no comunicado.

Além da batata-inglesa, outros alimentos com grande presença na mesa dos brasileiros também subiram em maio, como a cebola (7,94%), o leite longa vida (5,36%) e o café moído (3,42%).

Outras altas

Dos nove grupos de produtos e serviços monitorados pelo IBGE, oito tiveram alta em maio. A maior variação veio do grupo Saúde e Cuidados Pessoais e o maior impacto, como citado, foi o do grupo de Alimentos e Bebidas. O grupo Artigos de residência foi o único a registrar queda. Veja os índices:

Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Abril Maio Abril Maio
Índice Geral 0,38 0,46 0,38 0,46
Alimentação e bebidas 0,70 0,62 0,15 0,13
Habitação -0,01 0,67 0,00 0,10
Artigos de residência -0,26 -0,53 -0,01 -0,02
Vestuário 0,55 0,50 0,03 0,03
Transportes 0,14 0,44 0,03 0,09
Saúde e cuidados pessoais 1,16 0,69 0,15 0,09
Despesas pessoais 0,10 0,22 0,01 0,02
Educação 0,05 0,09 0,00 0,01
Comunicação 0,48 0,14 0,02 0,01
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços 

Para o cálculo do índice de maio, foram comparados os preços coletados no período de 1º de maio a 29 de maio de 2024 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de março a 30 de abril de 2024 (base).

Inflação em Porto Alegre

A região de Porto Alegre foi a área de abrangência monitorada pelo IBGE com maior variação do IPCA em maio. Por lá, a alta nos preços levou o índice do mês a subir 0,87%. As principais altas na capital gaúcha foram da batata-inglesa, do botijão de gás e da gasolina. Os serviços também impactaram no índice.

Interior do Mercado Público de Porto Alegre ainda permanece com água.
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Na cidade, importante registrar, o IBGE priorizou a coleta de preços no modelo presencial, mas precisou monitorar alguns produtos de modo remoto, conforme prevê o seu sistema de pesquisa. Alguns preços, como o pedágio, não foram monitorados diante da tragédia, uma vez que a cobrança foi suspensa na região durante o período de chuvas.

Dos outros 16 locais pesquisados pelo instituto, apenas Goiânia teve deflação. Esse resultado foi relacionado ao recuo de preços da gasolina e do etanol no município. Veja os números:

Região Peso Regional (%) Variação (%) Variação Acumulada (%)
Abril Maio Ano 12 meses
Porto Alegre 8,61 0,64 0,87 2,04 3,83
São Luís 1,62 0,46 0,63 4,09 4,27
Belo Horizonte 9,69 0,45 0,63 3,16 5,07
Aracaju 1,03 0,78 0,60 3,76 4,73
Salvador 5,99 0,63 0,58 2,49 3,73
Fortaleza 3,23 -0,15 0,55 2,23 3,99
Vitória 1,86 0,43 0,51 2,08 4,13
Curitiba 8,09 0,37 0,49 2,13 3,38
Rio de Janeiro 9,43 0,15 0,44 2,10 3,71
Recife 3,92 0,55 0,43 2,71 3,65
Campo Grande 1,57 0,36 0,42 2,19 3,88
São Paulo 32,28 0,35 0,37 2,05 3,87
Brasília 4,06 0,55 0,34 1,50 4,27
Rio Branco 0,51 0,15 0,19 1,40 3,40
Belém 3,94 0,33 0,13 2,46 4,57
Goiânia 4,17 0,24 -0,06 1,94 2,69
Brasil 100,00 0,38 0,46 2,27 3,93
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços 

INPC

Por fim, o IBGE divulgou, também, os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A alta, neste caso, foi de 0,46% em maio. No mês anterior a taxa foi de 0,37%. No ano, o INPC acumula alta de 2,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,34%, acima dos 3,23% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2023, a taxa foi de 0,36%.

As variações, informa o IBGE, ocorreram em modelos similares ao do IPCA.

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