Economia

IBGE: trabalho informal cresce e desemprego cai para 12,6% em agosto

Mais uma vez foi o mercado informal que puxou a criação de vagas. Emprego com carteira assinada continua estável

Mais da metade do aumento no número de ocupados se deu na informalidade
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A taxa de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atingiu 12,6% no trimestre que terminou em agosto, uma redução de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre março-abril-maio (13,3%). Na comparação com a medição anterior, dos três meses encerrados em julho, a queda foi de 0,2 ponto. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Mensal, divulgada nesta sexta-feira 29.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior,no entanto, o cenário ainda é de alta, de 0,8 ponto percentual. Ainda são 13,1 milhões de pessoas em busca de um emprego, número 9,1% maior que há um ano, mas 4,8% menor que há três meses. 

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Como já havia ocorrido no trimestre anterior, os postos de trabalho foram gerados, em sua maioria, na informalidade. Mais da metade do aumento de 1,4 milhão de pessoas ocupadas, no trimestre encerrado em agosto, foi determinado por crescimentos em categorias da ocupação informal: empregado sem carteira assinada e conta própria.

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A categoria dos empregados sem carteira assinada (10,8 milhões de pessoas) cresceu 2,7% em relação ao trimestre anterior, representando um incremento de 286 mil pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, houve aumento de 5,4% (mais 552 mil pessoas).

Os trabalhadores por conta própria somaram 22,8 milhões de pessoas, crescimento de 2,1%. Em relação ao mesmo período do ano anterior, também houve variação positiva: 2,8% representando um aumento de 612 mil pessoas. Já a população com carteira assinada manteve-se estável (33,4 milhões). No confronto com o mesmo trimestre do ano passado houve queda de -2,2% (menos 765 mil).

O gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, explica que é comum após crises econômicas o primeiro passo da recuperação se dar por meio da informalidade. A melhoria no mercado de trabalho “tira da fila da desocupação 658 mil pessoas, uma queda significativa de 4,8% no trimestre terminado em agosto frente ao anterior”, afirma.

Setores

A análise do contingente de ocupados, segundo os grupamentos de atividade, do trimestre móvel de junho a agosto de 2017, em relação ao trimestre de março a maio de 2017, mostrou aumento nas categorias: Indústria Geral (1,9% ou mais 227 mil pessoas), Construção (2,9% ou mais 191 mil pessoas), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,7% ou mais 414 mil pessoas) e Outros serviços (3,0% ou mais 132 mil pessoas). Os demais grupamentos não apresentaram variação estatisticamente significativa.

“A geração de postos de trabalho vem sendo expressiva na Indústria, mas em agosto chamou atenção a volta de geração de ocupações na Construção Civil e no grupo da Administração Pública, em razão da volta de contratações nas prefeituras”, explicou Azeredo.

Na comparação com o trimestre de junho a agosto de 2016, foi observada redução no contingente dos seguintes grupamentos: Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura (-6,8% ou menos 627 mil pessoas) e Construção (-4,9% ou menos 353 mil pessoas). E verificou-se aumento nos grupamentos: Indústria Geral (3,2% ou mais 365 mil pessoas), Transporte, Armazenagem e Correio (3,9% ou mais 174 mil pessoas), Alojamento e Alimentação (13,2% ou mais 603 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (3,2% ou mais 310 mil pessoas) e Outros serviços (8,6% ou mais 359 mil pessoas). Os demais grupamentos não apresentaram variação estatisticamente significativa.

 

 

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