Economia
IBGE: inflação acelera 0,38% em julho
Índice foi impactado por aumentos na gasolina e nas passagens aéreas; País tem inflação acumulada em 4,50% em 12 meses


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a medida oficial da inflação no Brasil, registrou um aumento de 0,38% em julho, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira 9. O resultado representa uma aceleração em relação a junho, quando o IPCA subiu 0,21%.
O grupo de Transportes foi o principal responsável pelo avanço da inflação em julho, com uma alta de 1,82%, que contribuiu com 0,37 ponto percentual para a taxa geral. Dentro desse grupo, o destaque foi a gasolina, cujo preço aumentou 3,15% no mês, impactando o IPCA em 0,16 ponto percentual. As passagens aéreas também tiveram um aumento expressivo de 19,39%, adicionando 0,11 ponto percentual ao índice.
Com esse desempenho, a inflação acumulada em 12 meses atingiu 4,50%, encostando no teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado do ano, a alta é de 2,87%. A meta de inflação para 2023, perseguida pelo Banco Central, é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Assim, o IPCA será considerado dentro da meta se ficar entre 1,5% e 4,5% até dezembro.
O resultado de julho ficou acima das expectativas do mercado financeiro, que previa um aumento de 0,35% nos preços. No acumulado de 12 meses, a expectativa era de uma alta de 4,47%. No entanto, o índice registrado ultrapassou levemente essa projeção.
Analistas do mercado financeiro estimam que a inflação deve fechar o ano em 4,12%, segundo o boletim Focus mais recente, divulgado pelo Banco Central na última segunda-feira, 5. Esta previsão, que subiu pela terceira semana consecutiva, ainda está abaixo do teto da meta para 2024.
O aumento da inflação em julho ocorre em um contexto de dólar valorizado, incertezas fiscais e pressões de preços no atacado, fatores que têm influenciado as expectativas do mercado e a dinâmica dos preços no país.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Número 2 da Fazenda defende transição sem ‘arroubo político’ no Banco Central
Por CartaCapital
Por que Lula quer antecipar a escolha para o BC
Por André Barrocal
Inimigo público
Por Carlos Drummond
Sebrae se manifesta contra Ata do Copom; ‘Elevar juros enfraquece o empreendedorismo’
Por CartaCapital