Economia

IBGE: Desemprego cai para 12,1% no trimestre encerrado em agosto

Há 12,7 milhões de brasileiros sem ocupação. Desistência na busca por emprego segue em nível recorde

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O índice de desemprego caiu para 12,1% no trimestre encerrado em agosto, uma retração tanto na comparação com os três meses imediatamente anteriores (0,6 ponto) quanto com o mesmo período do ano passado (0,5 ponto). Ainda assim, há no País 12,7 milhões de brasileiros em busca de trabalho. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta-feira 28 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De toda a força de trabalho do mercado brasileiro, 24,4% está subutilizada27,5 milhões de pessoas. O número de desalentados – aqueles trabalhadores que desistiram de buscar uma ocupação – segue chamando a atenção e se mantém no recorde de 4,8 milhões, alta de 13,2% em relação ao mesmo período do ano passado. 

O percentual de pessoas desalentadas na população de 14 anos ou mais de idade na força de trabalho foi estimado em 4,3% no trimestre de maio a julho de 2018. É justamente essa desistência que puxou para baixo o índice, já que essas quase 5 milhões de pessoas deixam de ser contabilizadas como desempregadas, ou sejam, saem do cálculo do IBGE.

Só é considerado desocupado, e entra na estatística de desemprego, quem não está trabalhando, procurou emprego nos 30 dias anteriores à pesquisa e estava apto a começar a trabalhar. Mas existem outras situações medidas. A taxa composta de subutilização da força de trabalho agrega os desempregados, os subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial.

Já o desalento, que faz parte da força de trabalho potencial, engloba as pessoas que estavam fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguiam trabalho, ou não tinham experiência, ou eram muito jovens ou idosas, ou não encontraram trabalho na localidade – e que, se tivessem conseguido trabalho, estariam disponíveis para assumir a vaga. 

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Informalidade

O número de empregados com carteira de trabalho assinada se manteve estável em chegou a 33 milhões no fim de agosto, dado estável na comparação com o trimestre anterior e queda de 1,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Do total de pessoas ocupadas, 11,2 milhões não têm registro em carteira, número estável em relação ao trimestre anterior, mas 4% maior em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,3 milhões) cresceu 1,5% em relação ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 1,9% (mais 437 mil pessoas).

Esses dados ajudas a explicar porque a taxa total de desemprego começou a cair em relação aos dados de 2017. Apesar da queda, as vagas que se abrem são informais ou iniciativas do próprio trabalhador em busca de renda.

A precariedade das novas vagas também aparece na renda. Apesar de haver mais pessoas trabalhando, a massa de rendimento real habitual, que é a soma de todo os proventos dos trabalhadores, foi de 199,9 bilhões de reais ao fim de julho, estável em relação ao trimestre anterior  e ao mesmo trimestre de 2017.

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