Economia
Ibama marca vistoria da sonda da Petrobras que vai para Margem Equatorial
A estatal pretende realizar os testes em junho e, finalmente, conseguir o aval do Ibama para a extração de petróleo na região


O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) marcou para esta quinta-feira 5 a vistoria da sonda contratada pela Petrobras para realizar os testes do primeiro poço para exploração de petróleo na Margem Equatorial.
O órgão ambiental afirmou que a inspeção “não representa qualquer direcionamento conclusivo quanto a emissão ou não da licença ambiental”, o que deve acontecer somente após a realização de uma simulação in loco das ações de resposta a emergências.
A estatal pretende realizar os testes em junho e, finalmente, conseguir o aval do Ibama para a extração de petróleo na região. Nesse exercício, que teve o plano aprovado pelo Ibama no mês passado, haverá o teste de um evento acidental de vazamento de óleo, com o objetivo de verificar a eficácia do plano de emergência para a perfuração.
Serão avaliados pelo Ibama aspectos como a eficiência dos equipamentos, a agilidade na resposta, o cumprimento dos tempos de atendimento à fauna previstos e a comunicação com autoridades e partes interessadas. Após esse processo, o Ibama vai dar uma resposta final sobre a possibilidade de explorar a região.
A briga da Petrobras pela Margem Equatorial é antiga. A estatal recebeu negativa do Ibama em outras vezes que pediu o licenciamento, com a alegação de que os projetos da empresa não atendiam às necessidades de proteção ambiental.
Região onde está localizada a Margem Equatorial. Foto: Petrobras/Reprodução
A empresa busca explorar a região conhecida como Foz do Amazonas, mas a iniciativa é vista com desconfiança por ambientalistas, que questionam os impactos ao ecossistema. Ao todo, a Margem Equatorial é uma área 2.200 quilômetros ao longo da costa, próxima à Linha do Equador, e é apontada como o novo “pré-sal”, por causa do potencial de produção de petróleo.
Ela começa no Amapá e vai até o litoral do Rio Grande do Norte, passando pelas bacias: Potiguar, Ceará, Barreirinhas, Pará-Maranhão e foz do Amazonas. A Petrobras hoje tem autorização para fazer perfurações na parte que abrange o litoral do RN, mas ainda não conseguiu a liberação do Ibama para avanços exploratórios na parte mais ao norte do País.
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