Economia
HSBC lucrou ao abrigar dinheiro de ditadores e criminosos internacionais
Os arquivos vazados se referem a contas de 106 mil clientes de 203 países que, ao todo, possuem mais de U$ 100 bilhões em depósitos
Documentos secretos repassados ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação revelam que o banco britânico HSBC lucrou ao fazer negócios com pessoas nas listas de sanções internacionais, ditadores, traficantes de diamantes e armas entre outros criminosos internacionais.
As informações foram divulgadas neste domingo 8 e dizem respeito ao ramo suíço do banco britânico, revelando supostos esquemas de evasão fiscal. A investigação, batizada “Swissleaks”, revela documentos fornecidos por Hervé Falciani, ex-funcionário do HSBC em Genebra, ao jornal francês Le Monde e compartilhados com o consórcio e com jornalistas de mais de 40 países.
Os jornalistas analisaram cerca de 60 mil fichas, algumas das quais com informações que denunciam que o banco tinha conhecimento de práticas ilícitas de alguns clientes. Os arquivos vazados se referem a contas de 106 mil clientes de 203 países que, ao todo, possuem juntas mais de U$ 100 bilhões em depósitos. Entre os nomes mencionados estão o rei de Marrocos, Mohammed VI; rei da Jordânia, Abdullah II, designer de moda Valentino; modelo Elle McPherson; ator Christian Slater; banqueiro Edouard Stern e motociclista Valentino Rossi.
As informações foram compartilhadas pelo consórcio em seu site.
Apesar de expor esses documentos, o consórcio de jornalistas afirma que não pretende “sugerir ou presumir que quaisquer pessoas, empresas ou entidades mencionadas nos dados da informação revelada tenham violado a lei ou tido outro tipo de conduta imprópria”.
A filial suíça do banco britânico HSBC Private Bank assegurou ter sofrido uma “transformação radical” após “descumprimentos verificados em 2007”, para evitar casos de fraude fiscal e de lavagem de dinheiro.
“O HSBC (da Suíça) fez uma transformação radical em 2008 para evitar que os seus serviços sejam utilizados para fraudar o fisco ou para a lavagem de dinheiro”, disse o diretor-geral da filial, Franco Morra, em comunicado enviado à agência de notícias France Presse.
*Com informações da Agência Lusa e Agência Brasil
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