Economia

Haddad prega cautela com Trump após novas tarifas, mas defende reciprocidade

O ministro da Fazenda comentou pela primeira vez a decisão do republicano de impor tarifas recíprocas a parceiros comerciais

Haddad prega cautela com Trump após novas tarifas, mas defende reciprocidade
Haddad prega cautela com Trump após novas tarifas, mas defende reciprocidade
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), recomendou agir com cautela diante de medidas divulgadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impactam o Brasil, mas defendeu o princípio da reciprocidade.

O republicano anunciou nesta quinta-feira 13 a decisão de impor tarifas recíprocas a países e citou diretamente o etanol brasileiro, mas não confirmou a data em que a ordem entrará em vigor.

Haddad disse ter conversado com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), também ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio, e chegado à conclusão de que o melhor caminho neste momento é aguardar, “pela maneira como as coisas estão sendo anunciadas”.

“A área econômica, sobretudo o Ministério do Desenvolvimento, capitaneado pelo vice-presidente, está fazendo um balanço das nossas relações comerciais para que a reciprocidade seja um princípio a ser observado pelos dois países“, declarou Haddad.

Ele relembrou que os Estados registraram um superávit de 7 bilhões de reais na relação comercial com o Brasil, quando considerados bens e serviços. Assim, avalia Haddad, “não faz nem muito sentido complicarmos o que está funcionando bem”.

Em 2023, a balança de fato pendeu negativamente para o Brasil: as exportações aos Estados Unidos atingiram 36,9 bilhões de dólares (213,4 bilhões de reais) e as importações representaram 38 bilhões de dólares (219,8 bilhões de reais).

Um comunicado da Casa Branca sobre a nova decisão de Trump menciona que os Estados Unidos aplicam uma tarifa de 2,5% sobre a importação do etanol brasileiro, enquanto o Brasil impõe uma taxa de 18%. “Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de 200 milhões de dólares em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas 52 milhões de dólares em etanol para o Brasil.”

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