Economia

Haddad justifica corte no Orçamento e fala em ‘bagunça que estava em 2022’

O ministro salientou ‘harmonia entre os Poderes’ para reverter o que chamou de ‘quadro caótico’ do governo Bolsonaro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Diogo Zacarias
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira 22 para tratar do bloqueio de 2,9 bilhões de reais no Orçamento deste ano, confirmado mais cedo pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento.

“Da bagunça que estava em 2022 para hoje, houve uma evolução bastante consistente”, afirmou o ministro, ao tratar da situação atual das contas públicas.

Para Haddad, “toda essa confusão que se refletiu na política, na tentativa de um golpe, e está sendo enfrentado agora pela área política e econômica para normalizar as condições no país.

“Nós estamos em uma boa trajetória”, pontuou Haddad. “Tomando cuidado, observando o comportamento das variáveis, encaminhando ao Congresso as medidas corretas, enviando ao Judiciário bons argumentos. Estamos construindo uma harmonia entre os Poderes que tinha se perdido”, afirmou.

O bloqueio anunciado hoje se refere a gastos não obrigatórios dos ministérios. Segundo o governo, a restrição orçamentária vai servir para que o país possa alcançar a meta de déficit zero para este ano. 

“Hoje, a meta é uma lei. O resultado não depende só de fixar na lei o que você quer, depende do esforço do Legislativo, do Executivo e do Judiciário”, complementou. 

Haddad também pontuou que espera aprovação de medidas do governo, para que se possa ver o reflexo nas contas públicas. Para o ministro, é “natural que seja assim, ainda mais tendo saído de um quadro caótico”. 

Sobre a necessidade de cortes, Haddad justificou dizendo que “quando você tem uma regra de gasto primário, quando se tem um gasto acima do previsto em alguma rubrica, precisa fazer um ajuste”. Para ele, se uma despesa vai aumentar para além do projetado, é preciso remanejar de algum lugar”, sintetizou o chefe da equipe econômica.

No último bimestre, o país ampliou a sua arrecadação, batendo recordes mensais, segundo a Receita Federal. Maiores contribuições tributárias por conta do aumento da massa salarial contribuíram para o quadro, que também é estimulado pela nova arrecadação surgida da tributação de fundos exclusivos.

Ainda assim, o governo terá desafios para alcançar a meta estabelecida. No documento de hoje, os ministérios confirmaram que projetam um déficit de cerca de 9 bilhões de reais para o ano.

“Minha impressão e da equipe econômica, por ocasião do envio do Orçamento, era de que talvez as receitas correntes estivessem subestimadas e as receitas extraordinárias, um pouco superestimadas. Mas elas estão se compensando”, disse Haddad sobre o tema.

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