Economia

Haddad justifica atraso no anúncio de corte de gastos: ‘Melhorar o texto’

Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, também tratou do assunto e disse não ver problemas no Congresso se debruçar no tema só em 2025

Haddad justifica atraso no anúncio de corte de gastos: ‘Melhorar o texto’
Haddad justifica atraso no anúncio de corte de gastos: ‘Melhorar o texto’
Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em pronunciamento à imprensa sobre a entrega do Projeto de Lei Orçamentária Anual. Foto: Washington Costa/MPO
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta quarta-feira 30, que o anúncio das medidas de corte de gastos será adiado em pelo menos uma semana.  

Em Brasília, Haddad explicou que a decisão de atrasar a apresentação do texto foi motivada pela necessidade de ajustar a redação da proposta de Emenda Constitucional, garantindo a integração das despesas obrigatórias ao novo arcabouço fiscal. 

“Estamos lidando com finanças públicas, então, uma semana a mais pode melhorar a qualidade do trabalho”, justificou o ministro.

Haddad destacou, por exemplo, a importância da reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, realizada na terça-feira 29, para ajustar trechos da medida. Segundo ele, houve “convergência” entre as pastas, o que abre caminho para iniciar conversas com líderes partidários e avançar no texto que será enviado ao Congresso. 

“As medidas terão o impacto necessário para que o arcabouço seja cumprido”, acrescentou Haddad, ressaltando que o objetivo é garantir a sustentabilidade fiscal no médio e longo prazo.

Em resposta à reação negativa do mercado, Haddad comparou a situação com o atraso de dez dias na apresentação do arcabouço fiscal, argumentando que, à época, o tempo adicional resultou em um texto mais bem aceito pelo setor. 

Na mesma linha, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, também reforçou nesta quarta-feira que o governo não vê urgência em aprovar o pacote de corte de gastos ainda este ano. Para Tebet, a prioridade é apresentar o plano em novembro. O debate e a aprovação, argumenta, poderiam ficar para 2025. 

“Precisamos apresentar um pacote consistente, que ofereça conforto tanto ao presidente quanto ao Congresso Nacional”, disse.

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