Economia
Haddad critica Zema por crise estadual: ‘Tudo o que ele fez foi endividar Minas’
O ministro afirmou que o governador mineiro, ao se indispor com o presidente do Senado, tem sido um empecilho nas negociações para a reestruturação da dívida
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez críticas ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), por conta de um atrito com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira 7, Haddad disse que ⅓ da dívida de 160 bilhões de reais devida à União por Minas Gerais foi contraída no período da gestão de Zema.
O ministro acredita que o governador mineiro, ao se indispor com o presidente do Senado, tem sido um empecilho nas negociações para a reestruturação da dívida.
“Inexplicavelmente, o Zema, ao invés de se aliar ao presidente Pacheco, para resolver o problema, ataca nas redes sociais e na imprensa alguém que foi o único mineiro com autoridade a tomar providências em relação a isso”, disse Haddad.
“Na minha opinião, o governador Zema não ajuda com esse tipo de conduta. Ele ficou cinco anos, inclusive quatro com um aliado no Planalto, podendo fazer alguma coisa por Minas. E tudo o que ele fez foi endividar Minas”, completou.
Na sequência, o ministro afirmou que o presidente Lula (PT) está à disposição para “construir uma solução para Minas”, mas pediu que Zema “adote uma posição mais construtiva e menos conflitiva” com Pacheco.
“Qualquer que seja o acordo, vai ter que passar pelo Senado Federal. E a pior coisa que ele [Zema] pode fazer, não tendo feito nada durante cinco anos, é agredir aquele que vai pautar o acordo que foi fechado”, continuou Haddad. “Não é hora de ficar batendo boca e fazendo graça na imprensa.”
Segundo Haddad, a Fazenda analisa uma proposta de Pacheco para a solução da dívida de Minas Gerais. Por sugestão do presidente do Senado, o Ministério prorrogou para março do ano que vem o pagamento da pendência. O prazo venceria neste mês.
Devido à enorme dívida, deputados estaduais estão debatendo a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), uma medida que pode afetar os serviços públicos. O RRF funciona como um programa destinado a estados que estão em situação de desequilíbrio fiscal.
Em declarações à imprensa, Zema disse que as conversas com Pacheco sobre a questão resultaram em “muita falação e pouca ação”.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.