Economia
Haddad cita evolução no diálogo sobre tarifaço e articula nova conversa com secretário do Tesouro dos EUA
A aplicação das novas tarifas de Trump está prevista para o dia 1º de agosto. O governo brasileiro, segundo o ministro da Fazenda, segue confiante em uma saída diplomática


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira 30 que existe a possibilidade de uma nova rodada de conversas entre o governo brasileiro e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, em meio à iminente sobretaxa de 50% sobre produtos nacionais anunciada pelo presidente Donald Trump.
De acordo com Haddad, a equipe de Bessent sinalizou disposição para o diálogo, mas pediu paciência até o retorno do secretário de uma viagem à Europa. “A assessoria dele pediu um pouco de paciência em função das missões que ele está cumprindo lá, mas disse que, ao regressar aos EUA, haveria possibilidade de uma nova conversa”, declarou o ministro.
O chefe da Fazenda relatou que já havia procurado representantes do Tesouro americano na semana passada para tentar negociar alternativas ao aumento tarifário. Segundo ele, o primeiro contato ocorreu em 21 de julho. Na ocasião, porém, a equipe de Bessent informou que a decisão final sobre o caso brasileiro está centralizada na Casa Branca, sob influência direta de Trump.
Apesar disso, Haddad se mantém confiante de que haverá espaço para entendimento. Ele destacou que a prioridade deve ser a cooperação, e não a escalada de atritos diplomáticos.
“Quer dizer, não faz sentido alimentar essa tensão. [Não faz sentido] Brasileiros lá [nos Estados Unidos] alimentarem essa tensão”, afirmou. Para o ministro, a tendência é de que o clima atual de incerteza se dissipe. “Nós vamos chegar a um denominador [comum]”, completou.
Mesmo com a entrada em vigor do tarifaço prevista para a próxima sexta-feira 1º, Haddad assegurou que o canal de negociação não será fechado. “As conversas estão evoluindo e, na minha opinião, vão continuar evoluindo, independentemente da decisão que for tomada no dia 1º [de agosto]. Ela não vai significar o fim, o término. É o começo de uma conversa”, disse.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Lula cobra respeito de Trump e diz que o Brasil não negociará ‘como se fosse um país pequeno’
Por CartaCapital
Pesquisa PoderData confirma avanço na aprovação de Lula após tarifaço
Por CartaCapital
Como ‘clásula Bolsonaro’ trava diálogo sobre o tarifaço, segundo senadores nos EUA
Por Vinícius Nunes
Lula não vai ‘abanar o rabo’ como Bolsonaro, diz Haddad sobre relação com Trump
Por CartaCapital