O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) – presidente em exercício – afirmou nesta sexta-feira 14 que o governo criou as condições necessárias para a redução da taxa básica de juros, hoje fixada em 13,75%. Segundo ele, esta é uma das principais demandas dos setores da indústria com os quais tem dialogado.
“Não depende só da gente, porque o Banco Central tem autonomia. Mas acho que as condições todas para a redução dos juros estão sendo colocadas”, pontuou em entrevista à Voz do Brasil, programa de notícias da estatal EBC.
Alckmin ainda disse ter certeza de que a Selic cairá nos próximos dias e citou três fatores que podem influenciar a redução: o estágio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor de março, o movimento de queda no preço do dólar e a apresentação do novo arcabouço fiscal.
“Temos certeza de que vai cair a taxa Selic, porque a inflação de março foi menor. A inflação está caindo, caiu dólar, bolsa subiu e a nova ancoragem fiscal, que deve ser encaminhada pelo presidente Lula nos próximos dias ao Congresso Nacional, que estabelece responsabilidade fiscal e, ao mesmo tempo, garante investimentos que o Brasil precisa.”
A ofensiva contra a Selic tem sido encabeçada pelo presidente Lula (PT) e encontra eco entre lideranças do governo, a exemplo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Na entrevista, Alckmin também celebrou os acordos firmados entre Brasil e China nesta sexta e projetou que as parcerias podem podem trazer 50 bilhões de reais em investimentos, principalmente para a indústria. O ministro reconheceu, porém, que o setor ainda precisa passar por um processo de modernização, chamado de “neoindustrialização” pelo governo.
“O Brasil vai crescer, vai crescer com sustentabilidade. A pergunta sempre foi: onde fabrico bem e barato? Agora é onde fabrico bem, barato e consigo compensar emissão de carbono? É o Brasil”, defendeu. “O Brasil é o grande protagonista desse momento de combate às mudanças climáticas e de avanço das energias renováveis.”
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