Economia

Governo Bolsonaro volta a defender a privatização da Eletrobras

Ministro da Economia, Paulo Guedes, considera prioritária a entrega da estatal à iniciativa privada ainda em 2021

Foto: EBC Venda da Eletrobrás significará a ausência de controle e coordenação do Estado sobre a energia elétrica, insumo básico para a produção e a vida cotidiana. Créditos: EBC
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No dia seguinte ao anúncio da renúncia do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, o governo de Jair Bolsonaro voltou a defender a privatização da estatal. Em nota, o Ministério de Minas e Energia se refere ao plano como “capitalização”.

“O governo federal entende que a capitalização da Eletrobras é essencial e necessária para a recuperação de sua capacidade de investimento”, diz o texto. “Com a capitalização, a Eletrobras se tornará uma corporação brasileira de classe mundial, com capital pulverizado, focada em geração, comercialização e transmissão de energia elétrica, tornando-se uma das maiores empresas de geração renovável do mundo”.

No fim de 2020, o ministro da Economia, Paulo Guedes, havia defendido a aceleração do programa de privatizações do governo e estabelecido como prioridade a transferência à iniciativa privada da Eletrobras, dos Correios, do Porto de Santos e do portfólio da Pré-Sal Petróleo (PPSA).

“São quatro privatizações óbvias”, disse o ministro, em dezembro do ano passado, em entrevista sobre o balanço de fim de ano. Ele argumenta que a Eletrobras consegue investir apenas 3,7 bilhões de reais anuais, em vez dos 17 bilhões de que deveria dispor.

A privatização da Eletrobras se manteve em banho-maria com Rodrigo Maia na presidência da Câmara, mas pode voltar à tona a depender dos rumos da eleição para a presidência da Casa, que será realizada em 1º de fevereiro e tem como favoritos Baleia Rossi (MDB-SP), candidato apoiado por Maia, e Arthur Lira (PP-AL), nome defendido pelo governo de Jair Bolsonaro.

A proposta de privatização da Eletrobras foi apresentada inicialmente pelo governo de Michel Temer, em 2017. Em documento divulgado à época, o governo defendeu que a saída seria “buscar recursos no mercado de capitais, atraindo novos investidores e novos sócios”.

“O governo permanecerá como acionista, recebendo dividendos ao longo do tempo. A empresa passará a dar lucro e não prejuízo, o que beneficiará estados e municípios com o aumento na arrecadação de impostos”.

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