Economia

Governo admite rever alterações no BPC para avançar com corte de gastos no Congresso

Número 2 da Fazenda, Dario Durigan mencionou a ‘preocupação’ de bancadas como a do PT

Governo admite rever alterações no BPC para avançar com corte de gastos no Congresso
Governo admite rever alterações no BPC para avançar com corte de gastos no Congresso
Secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dário Durigan. Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
Apoie Siga-nos no

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta terça-feira 10 que o governo Lula (PT) pode promover ajustes em sua proposta de mudar o acesso ao Benefício de Prestação Continuada, a fim de tentar reduzir a resistência do Congresso Nacional ao pacote de corte de gastos.

O BPC se direciona a idosos e pessoas com deficiência com renda de até um quarto de salário mínimo por pessoa — o equivalente a 353 reais atualmente.

“O BPC tem uma preocupação da bancada do PT, que a gente entendeu e vai internalizar. A depender de como for, talvez seja possível fazer um ajuste ou outro menor para que a gente destrave a votação”, disse Durigan a jornalistas. “Ajustes menores, sem que a gente tenha perda de impacto fiscal. Então, preservando o impacto fiscal e corrigindo, eventualmente, algum conceito ou alguma imprecisão que tenha incomodado não só a bancada do PT, mas outras bancadas.”

Em nota de seu Diretório Nacional divulgada no último sábado 7, o PT orientou sua bancada no Congresso a avaliar “com profundidade” e debater com o governo os impactos da proposta sobre o BPC, “de forma que ela venha a incidir sobre eventuais desvios e fraudes ao sistema, preservando integralmente os direitos estabelecidos na Constituição”.

Veja as mudanças propostas pelo governo para o BPC:

▪ Vedação de dedução de renda não prevista em lei;
▪ Passam a contar para acesso: renda de cônjuge e companheiro não coabitante e renda de irmãos, filhos e enteados (não apenas solteiros) coabitantes;
▪ Atualização obrigatória para cadastros desatualizados há mais de 24 meses e para benefícios concedidos administrativamente sem Código Internacional de Doenças;
▪ Biometria será obrigatória para novos benefícios e atualizações cadastrais;
▪ Em uma mesma família, a renda de um benefício volta a contar para acesso a outro benefício.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo