O alerta recente das Nações Unidas para um novo recorde nos níveis mundiais de fome e o alto número de pessoas em insegurança alimentar severa, pouco depois do anúncio de um plano do G-7 para enfrentar o problema, expõe tanto os malefícios da globalização quanto os extremos da condição paradoxal do Brasil, terceiro maior produtor de alimentos do mundo e, ao mesmo tempo, assombrado pela fome. Segundo a ONU, os preços dos alimentos no mundo são os mais caros em 61 anos, o total de famélicos subiu 500% desde 2016 e o número de habitantes nessa situação passou de 135 milhões, antes da pandemia, para 276 milhões.
Vários países estão à beira de uma crise gigante, caso de Sri Lanka, Marrocos, Paquistão e Líbano, entre outros, destacou em apresentação na Câmara dos Deputados a economista Jayati Ghosh, professora da Universidade de Massachusetts. O aumento do preço de alguns alimentos em até 300% no Irã provocou protestos em massa e incêndios de lojas.
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